segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

domingo, 30 de dezembro de 2007

PARNASO

Por que um soneto
Com tanto rigor
Sem a voz da alma
Sem nenhum amor

Por que um soneto
Preso aos padrões
Deixai-os voar
Livres alazões

Por que um soneto
Preso às correntes
Atado e sem asas

Por que um soneto
Assim friamente
Coração sem brasas

INSTANTE PENSANTE


Dis
________________________Tante
__________tanto
_________Não mais
Diz
_______l__ o__ n__ g__ e . . .
_________Antestãoperto
___________Frios
_______Quentes no cerne
_________Ao menos um
________Queimando
___________rio
___________fio
_______Separáva-nos
___________F
___________U
___________N
___________D
___________O
____Medo de atravessar
____Medo de morrer
____Medo!
______Dó de mim
______Dói tanto
_SÓ____FRIMENTO

SOLOMBRA


Caminhando nos becos tão escuro
Caçando, o que sei, que não vou encontrar
Paro perto do muro e escrevo seu nome em
meu lugar,

O cheiro forte que me norteou, é o mesmo
Que outrora você cuspiu em mim
Olha pra mim!
Estou na sarjeta e vou morrer na ponhêta.



(Hélio Jr) Piripiri 16/05/2002

sábado, 29 de dezembro de 2007

crepúsculo teresinense



O que o dia me aparenta,
As carboníferas estrelas consomem
E o sol vem, e me a toma.
Leva-me o que sobra
A aparência diária
Só me aparentam os raios solares
Concentrados de
Mesclas divinas
Vem ao meu encontro
Nesta quente Teresina.
(Hélio Junior)

POR TRÁS DO ESPELHO

A vida passa por mim
E eu não passo por ela
Mais um ano se passando
Mais um ano igual ao outro
Só a idade aumentou
Não sei se a maturidade
Outro ano sem emoções
Outro ano vegetativo
Hibernando sem dormir
Os segundos se esgotando
A agonia aumentando
Sem saber para onde ir
Estático o tempo todo
Como um girassol eterno
Girando em torno dela
Outro ano de amor em sonho
Mais uma ilusão platônica
Só o remorso aqui no peito
Um grande arrependimento
Por este grandioso medo
De mostrar os sentimentos
Sou uma guerra sem trégua
O amor contra a timidez
Travando duros combates
Sempre com o mesmo final
Outro ano em que sinto
O meu sangue se esvaindo
Até quando restará?
Vivendo só por viver
Sem motivos aparentes
No meio de toda a gente
Assisto pela janela
Toda a movimentação
Sem mostrar ocupação
Geralmente me encontro
Sozinho e prostrado em casa
Sem ter a quem ouvir
Sem ter a quem falar
Mas não penso em desistir
Tirando a vida de mim
Porque às vezes tenho gosto
De assistir o espetáculo
Jogo de cartas marcadas
E papéis já definidos
A miséria dos humanos
E a sua decadência.

ENCANTO


Serelepe a bailar
Borboleta a voar
No tablado dos sonhos
Voando além dos limites

É lindo o teu dançar
Flutuando pelo ar
Vejo-te suspirando
Nos céus de Orion

Brilhando mais que estrelas
Teu sorriso ofuscante
Estás acima dos homens
Com suas curvas de delírio

Deusa de Vênus
És a mais bela de todas
Girando em torno de si
No céu azul das Astúrias

Castanholas que atiçam
Meu desejo a palpitar
Nas batidas ritmadas
Eu morro pelo olhar

Estás em tudo
Em todos os lugares
Vejo-te e sussurro
Letras do maior encanto

Tolo Parafuso



Tonto parafuso,
Tolo? Para tudo!
Este tonto parafuso tolo

O que venho a fazer?
Tem jeito pra você?
Tolo este seu jeito de viver.

Já não sei como usar,
Se aperto pra cá
Se afrouxa pra lá

Só sei que este tonto
Está pronto para quebrar.
Ah! Se ainda tivesse geito.



(Helio Jr.)

ROSA

É lascivo, é latente
Surge primeiro no vasto
Com encontro e desencontro
Com encanto e desencanto
Se perdendo sem que eu faça
A rosa perdendo sangue
Não mais exala perfume
Crescendo em meio ao estrume
Quando às vezes perde as folhas
Se recolhe, encolhe, murcha
Mas de novo ela floresce
A rosa não apodrece

CANTO DA VIDA

O choro em algum canto
A vida escondida
Derrama algum pranto
Uma lágrima caída

Poema em verso branco
Ou rima inserida
Falsa? Nem tanto
Real como a vida

Nem diabo, nem santo
Vida dividida
O ódio e o encanto
Pela minha querida

Descansa em teu manto
Minha mente ferida
Agora em quebranto
E tão desiludida

LEI LEIDIANE



Todos os dias, a minha alegria é ver o sorriso dela
Ela mora tão distante, que a cada instante eu só penso nela
É... O dom da vida, viver com ela um grande amor.

UM ANJO VEIO E SANCIONOU
ESTA LEI QUE O CORAÇÃO APROVOU
LEI...LEIDIANE

AME QUEM ME AME
EU SÓ AMO LEIDIANE

Quando vem a noite, a brisa fria me traz a alegria com o perfume dela

LEI...LEIDIANE
AME QUEM ME AME
EU SÓ AMO LEIDIANE

ACIDEZ


Sereno da manhã
Caindo por estas ruas
Arrastando aquele cheiro
Que saía dos mercados
Por entre caixas e sacos
E vidas determinadas
O cheiro de mão em mão
Termina sendo rasgado
Depois de sujar as mentes
E deixar as ruas sujas
Com o seu podre negrume
Ele se espalha fácil
E hoje está em todo o mundo
E hoje está em todos
Como um néctar vital
Para ter coisas maiores
Coisas simples são melhores
E a alegria é profunda
Com um beijo ou um abraço
Eu só possuo um corpo
Não quero mil uniformes

Mas este cheiro vicia
Alucina as duas forças
E fica só aqui por baixo
Nunca vai até as nuvens
Às mentes dos sonhadores
Precisa ser dissipado
Ou ao menos disssolvido
Pelas lágrimas das nuvens
Com chuvas torrenciais
Bem mais fortes do que esta
Esta chuva fraca e triste
No sereno da manhã.

MEIO – DIA URBANO


No canto do meio-dia
Uma voz de rebuliço rugia
No seu cantar, sussurrava quente.
No coração, uma maquina de mistério.

Tal áspera voz;
Agitava minha pressão
Via-me preso, neste encantamento.

Mas logo vi,

Nem se quer tem razão,
Fazia da maquina, o coração.
O sol tinindo forte, desbotava
A cena da paisagem,
Que eu tentava enxergar.

IDEM


Agora que estou sozinho
Sem futuro, sem caminho
Coloco-me a pensar
E olhar o meu olhar
E lembrar do seu olhar
E falar-me bem baixinho
Nunca poderei voar

Os seus olhos já cansados
De tanto me ver citar
Meu caminho indefinido
A busca do infinito
A procura de algum mar
Onde posso descansar
Esquecer do meu chorar

Posso ver-te sem te ver
Coração não vai esquecer
Mesmo que eu vá para longe
Tentar ver outras estrelas
Eu só posso ver você
Você sempre será o norte
Da bússola do meu ser

METÁFORAS


Ás vezes procuro metáforas

Mas não! Não há metáforas...

Nada é tão forte para comparar

Nem flores, nem anjos

Comparados a ti

Ridículo é o sol

Minúsculo é o mar

DESCASO


Mulheres de minha vida
De todas que amei,
Nenhuma possui, na pele
senti de fato o que mereci.

O descaso e o desprezo
contribuíram para meu desamparo
A solidão calou-me para não desabafar
Em meu despreparo nesse assunto
Tudo em voz de choro, só servia
De chacota,
Agora o que a vida vai fazer de mim?

Dor e Castigo



A vida minha, me castiga
Na dor, no coração...
No amor acolhe-me no canto
Da escuridao.

Sinto-me a espada cravada
No peito pela temida solidao
Que entre muitos poucos
Faz-me mais um ser romantico
Idealista sentimental.
Ria de mim!

PESODELA

Toma-me de jeito
No peito
No leito
Em que deito
Não posso dormir

E invade-me o sono
Em seu trono
Abandono
O sonho e retomo
Não posso fugir

E toma-me tudo
Desnudo
Iludo
Mas mudo
Não posso dizer

E traz a loucura
Tontura
Tão dura
Tortura
Meu nenhum viver

AMOR FATAL


A noite é tão calma e tão sombria
Sua lembrança me vem a todo momento
Isso me corrói
Isso me destrói
Sou como folha ao vento
Jogada e abandonada por você
Me perco em pensamentos e palavras
Mal escritos, mas sinceros
Talvez não consiga escrever neste papel
O quanto eu te quero
O quanto te venero
Pálido e trêmulo fico só por te ver
Prefiro seu ódio à sua indiferença
Meu bem, meu mal
Amor fatal.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

DESPREZO I

Meu desenho no papel
Agora é feio e sem nexo
Triste fim da poesia
Acabou a fantasia
E o meu sonho escrito
Tão modesto, tão maldito
Me traiu pelas escuras
Meu poeta é finito

Se ainda sonho,
Apenas sonho
Agora não ponho tinta
Mesmo que agora eu minta...
Se ainda amo,
Apenas amo
Não mais ponho em linha reta
É o fim deste poeta.

EU, ELA. TÚ ATRAPALHOU


Eu ela, tu eu, eu quis ela, mas ela não quis eu.

Eu ela, tu eu, ela se arrependeu e quis eu,

Mas tu apareceu, e ela quis tu, mas não quis eu

Eu ela, tu eu, tu terminou e ela de besta ficou,

Ela quis eu e agora eu não quero ela,

Mais ela quer eu, aceito?


(Helio Junior)

ALMA ERRANTE



O pesar de algumas palavras malditas
Levam-me ao pranto do arrependimento
Parar para pensar depois do que foi dito
Não me leva a nada, só a mais tormento

Te amo, te digo só mais impropérios
Te faço um poema de versos mal-feitos
Devo estar na tumba do teu cemitério
Sou só alma errante cheia de defeitos

Mas sei que te amo com toda minha força
Que brota do fundo deste coração
És bela, divina, tão formosa moça
É fogo no peito, ardente paixão

Mas sei que te amo, não posso negar
É simples, complexo, até meio louco
Será que nunca cansarei de te amar?
Já disse, desdisse, te falo de novo.

OPOSIÇÃO

Talvez eu esteja em dura oposição
O branco e o negro em árduo combate
Disputam ferozes o meu coração
Este pobre ser que aqui dentro arde

Uma é a virgem serena e pura
Da pálida face e vida pacata
A outra é a flor com espinhos, escura
Mas esta loucura ainda me arrebata

No meu universo há duas estrelas
E o que era escuro fica iluminado
Mesmo que jamais, nunca possa tê-las
Por elas ainda estou apaixonado

Dividem caminhos no meu coração
Gosto dos espinhos que ferem, maltratam
Cheguei e parei nessa bifurcação
Essas duas almas a minha ainda matam.

Nosso tempo relativo



Nada do tempo passar,

Olhei para o relógio até cansei,

Das conduções, todas observei se você não estava.

O tempo passando e o relógio

Quase parando, para me provocar.

Eu já não agüentado, a ponto de um colapso.

Em quando você nunca que vem,

Vou e volto, chego e sento.

Mas só me contento quando você vem.


( Helio Junior)

DEBORAMAR


Na estrada à luz penumbra sua pele brilhava,
Nos meus olhos tudo refletia

Seus gestos, seu sorriso e seu olhar.

Fazia-me crer de novo no amor, no amar. E na paixão encontrar sua essência,

Que vem do seu olhar profundo.

De nada me valeria o mundo

Sem antes ela aqui tocar.

Só queria por um segundo amar-te

Para o meu viver, sentido lhe ter.



(Hélio Lima l. Junior)

POEMA DA ALTA HORA



Dó, ré, mi, fá, sol
Só de novo
Música e papel
Caneta, pincel
Palavras ao léu
Só de novo
A luz se apagando
Poema sumindo
Da minha cabeça
Há de ser terminado
Esta noite mesmo
Nesta madrugada
Mas já me perdi
Seis linhas acima
Finda, cessa
Morre agora
Poema da alta hora.