sábado, 29 de dezembro de 2007

ACIDEZ


Sereno da manhã
Caindo por estas ruas
Arrastando aquele cheiro
Que saía dos mercados
Por entre caixas e sacos
E vidas determinadas
O cheiro de mão em mão
Termina sendo rasgado
Depois de sujar as mentes
E deixar as ruas sujas
Com o seu podre negrume
Ele se espalha fácil
E hoje está em todo o mundo
E hoje está em todos
Como um néctar vital
Para ter coisas maiores
Coisas simples são melhores
E a alegria é profunda
Com um beijo ou um abraço
Eu só possuo um corpo
Não quero mil uniformes

Mas este cheiro vicia
Alucina as duas forças
E fica só aqui por baixo
Nunca vai até as nuvens
Às mentes dos sonhadores
Precisa ser dissipado
Ou ao menos disssolvido
Pelas lágrimas das nuvens
Com chuvas torrenciais
Bem mais fortes do que esta
Esta chuva fraca e triste
No sereno da manhã.

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