sexta-feira, 28 de novembro de 2008

VIOLÕES

Violão Roubado

Pobre violão roubado
Tirado de mim às escuras
Onde estarás? Em que mãos?
Talvez possam tocar-te hoje
Bem melhor do que eu tocava...

Podes estar esquecido
Abandonado em um canto
Sem produzir nenhum som...

Seria este o pior destino
Pior que ainda estar aqui
Pois minhas mãos ficaram hábeis
Já poderiam dedilhar-te
Pobre violão roubado
Fostes criado para arte!

Novo Violão

Ganhei outro violão
Com este aprendi a tocar
As mais belas melodias
Que se podem imaginar

Acordes, músicas tantas
Brasileiras e estrangeiras
A cada dia aprendo mais
As mãos ficam mais ligeiras

Ainda há muito a aprender
Sei que longo é o caminho
Da bela arte do som
Mas talvez eu tenha o dom...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Seja você

Dias e mais dias já se passaram
E você continua fingindo que não percebeu;
Vive se escondendo por trás dessa velha máscara
Enganando-se em sentimentos que ninguém nunca te deu.

Pare um pouco e pense:
'' Foi isso mesmo que eu sempre quis? ''
Se for sim, continue com seu papel de atriz;
Se for não, mude e viva sem nenhum peso na mente.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O QUARTO


Fico vagando em meio a um quarto
Pequeno
Nestas horas observo tudo
Todas as pequenas coisas
Todas tem outro sentido
Outra face a me mostrar

Livros na estante
Roupas jogadas no chão
Tudo me observa
Como fugir dos olhares?

Há poesia até num canto com poeira
Companheira solidão...

ESQUECIDOS


Onde está a menina
Que nos presenteava com seu sorriso
E seus belos verdes olhos?
Onde está o rapaz
Que outrora pensava em ser cantor
Que outrora sonhava tanto?
Onde está aquele homem
Que vivia pela família
Mas quase não via os filhos?

Morreram todos
Brutalmente assassinados
Por anônimos infelizes

Esquecidos ambos
Mortos e assassinos.

O MAR


Incrível a grandeza do mar
O mar é infinito!
Ainda que o mecem e o limitem
Ainda que se saiba a dimensão e o volume
O mar é infinito!

Tem magia infindável
Poesia infindável
E força infindável

O mar é infinito
Atravessou os séculos
Viu guerras e navios
Caravelas e jangadas

O mar é infinito
Mas mesmo com toda sua imponência
Deixa-me admirá-lo
Quando poderia me engolir
Deixa-me navegá-lo...

O mar é o maior dos reinos!
Sem rei.

POBRE POESIA


Procurei a resposta, achei as dúvidas
Procurei o amor, achei a dor
Procurei uma poesia...
Escrevi esta pobre poesia.

SOLITÁRIA


Teus tristes meus olhos muito me comovem
Andas a soluçar, abandonada
A percorrer sozinha a longa estrada
És um anjo morrendo entre os mortais

Tenho pena de ti, não deveria
Ser passiva de pena é tua desgraça
Minha piedade mais te faz sofrer
Mas como não sentir ao ver-te assim?

Vejo-te ao longe sentada num banco
Na praça as folhas secas aos teus pés
Compõem um cenário tão sombrio...
Mas só eu tenho olhos para ver

Os outros não percebem, és mais uma...
O mundo não sente a dor dos sozinhos
Apenas eu, estranhamente, sinto
Comove-me a poesia dos teus olhos...

Não és pobre, nem rica, és dispersa
Talvez tenhas surgido por acaso
Neste mundo de dor e desespero
Que não sente o sofrer dos solitários.

TÉDIO II

Que sono!
Que tédio!
Que vida!
Que morte!...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

NÓS DA FÉ III

Em vós residem todas as verdades
Vós sois a salvação do nosso mundo
Os outros são ignorantes pecadores
E queimarão para sempre no inferno...

Vós sabeis que esta é vida é passageira
Mas Deus já está esperando vossas almas
Pois vós sois a salvação deste mundo
Quem não vos segue, sempre pecará...

Pobre de mim, que vos critico tanto
Pobre de mim, poeta profano e burro
Minha alma já tem seu destino certo
Já está condenada às mais frias masmorras...

NASCIDO PARA A MORTE


Talvez nascido para ser sozinho
Talvez nascido para nunca ser
Para de amor e ódio padecer
Certamente nascido para espinhos...

MORTIFICAÇÃO


Na sede da ganância e do poder
Os corpos se torturam e se matam
É o frágil e peçonhento ser humano
Lutando por suas vis convicções

Coitado deste planeta em que vivo
Tão torturado cotidianamente
É o homem destruindo sua casa
Casa esta que um dia vai desabar
E matará todos que ali viverem...

E há quem diga que somos racionais...
Fazer robôs e artificialidades
Nunca me aparentou evolução
Apenas inanimação da vida.