quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

POEMA DEVANEIO

(Nem era pra ser poema)

Ser homem é estar preso a uma linguagem estereotipada
Ser homem é tratar mulheres como lixo
Ser homem é ser como a sociedade quer que você seja
Ser homem é não sentir fraqueza
Ser homem é fingir uma liberdade que não existe
Ser homem é mostrar-se bruto ante qualquer situação
Ser homem é não chorar
Ser homem é não entender que tudo isto é uma ironia...

HAIKAI VII

http://malucaresponsavel.blogs.sapo.pt/arquivo/chuva1.jpg
Madrugada chuvosa
Lá fora
E em mim.

domingo, 20 de dezembro de 2009

AS NOITES

http://4.bp.blogspot.com/_CDHrohfCXfI/Sqk6m3RNbwI/AAAAAAAAAWQ/5EVfl-5KxwE/s400/MADRUGADA.jpg

Em mim já não há mais poesia
Eu vago pela boemia
Pelas noites errantes, ébrias
Belas, feias, tristes e felizes

Vi minha face refletida
Nos espelhos dos bares sujos
Nos copos ao redor da mesa
Nos olhos de quem beijei...

Eu andei pela madrugada
Livre como um andarilho
E meus olhos de pouco brilho
Viram amigos e sorrisos...

Um brinde!
Um brinde às noites da cidade
Ao abandono dos medos
À fuga dos meus fantasmas
Um brinde a todos vocês!

Mas eis que finda a noite
O encanto, os amigos, as moças
Somem em meio à fumaça dos cigarros
E me encontro só
E só a solidão dorme a meu lado

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

TANTAS CULPAS

Ver imagem em tamanho grande












TANTAS CULPAS

Quero ver quem morreu,
Quem foi preso eu nunca vou saber...
Se é culpado de verdade.
Pelas tantas culpas
Venho pedir desculpa,
Praticar a humildade
Que eu não sei não,
A falta de vergonha é que me dá vergonha
E não sei até quando a maconha
Vai expandir mentes sem conscientizá-las.
Vamos á lama que eu quero cantá-la,
Á miséria que ainda dá de explorá-la...
Não posso ter um grande plano
Eles têm o planalto
E o asfalto mal é meu com tanta malícia
E o morro que não é seu, tráfico e milícia.
Meu gosto está gasto,
Meu gesto é indigesto,
Meu jeito indigente,
Meu peito índio e gente...

VALCIÃN CALIXTO

TESTEMUNHO SUICIDA

Testemunho Suicida

Eu me matei porque amei demais,
Porque sonhei demais tudo quanto era de menos.
Eu me matei porque sonhei demais,
Porque amei demais e meu peito era pequeno.
Eu me matei porque queria paz,
Porque sempre vivi por um triz.
Eu me matei porque queria demais
Ver todo mundo feliz.
(eu não era feliz).
Eu me matei...,
Tu me mataste...,
Ele me matou...,
Ela me matou... De (s) Ilusão.
Não me matei porque fui fraco
Pois que é preciso força para isso.
Tentei viver no meu buraco,
Não queria assumir nenhum compromisso.
Mas a gente vai crescendo,
Os sonhos vão morrendo,
A ingenuidade desvirginando-se,
O coração endurecendo...
(a dureza é uma fragilidade emocional),
(a fraqueza é um desvio racional),
(a pressão é uma força animal),
(o suicídio é uma solução humana).
Pretensão divina me forçar á vida
Se me sinto impossível, incapaz.
A minha despedida
É entrar pela saída:
Tchau, adeus, até nunca mais.
Eu me matei porque vivi demais
Mas não o necessário para morrer em paz.
Eu não queria provar nada a ninguém
Mas tudo tinha que ter aprovação de alguém.
Ninguém me comprovou se a verdade era mentira,
Se a solidão é o controle da ira.
Eu quero mais e me explodir...
Eu quero mais é te viver...
Eu quero mesmo é me matar
Para não viver de morrer
Aos poucos,
Louco,
Rouco,
Pouco,
Quase nada,
Nada.
Porra nenhuma.
Eu me matei porque não tinha nada
Porque queria tudo.
Porque tive tudo para ser tudo
E, no entanto deu em nada.
É no final nada dá em nada.
Esperem para ver,
Vivam para morrer.
Quem viver verá...,
Quem morrer será...
O que será quem morrer?
Quem será o que viver?
Seu dia chegará,
Sua hora marcará
A vida acabando,
A morte lhe encontrando.
A morte lhe abraçando,
A vida deixando,
Você deixando a vida.
Sua vida cedendo,
Você morrendo
E foi por isso que eu me matei,
Para tirar e tirei
A vida da morte.
Sim, eu aceitei,
A morte da vida
Para salvar e salvei
A sina da sorte.
Mate a vida,
Viva a morte.
VIVA A MORTE!
Mate a vida,
Viva a morte.
Morte de sua mãe querida,
Sua irmã perdida,
Seu pai vagabundo.
Morte do mundo:
BIG-BEN RETROCESSIVO.

Valciãn Calixto

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

VENDA

Um povo imbecilizado
Todos os dias
Manipulado
Por todos os lados
Sem poder ver
Tapam-lhe os olhos
E a TV
É seu altar...

domingo, 13 de dezembro de 2009

All days


















Procurei na poesia
Nas de cores vibrantes
E naquelas pálidas também

Com um capricho infundado
Um escárnio buliçoso
E um zelo fugaz

Sem deveras querer encontrar
E sem deveras querer aquietar

A resposta da tal pergunta
Que eu nem devia escutar

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


E as pernas.
Avistava nelas tal luminosidade inexplicável.
Perdia-se nelas.
E nada mais funcionava fora de si.
Só dentro. Na mente.
E dentro quanto ele estava
Inevitável, necessário, forçoso.
Tudo voltou a funcionar

Depois as pernas.
Entrelaçadas, maleáveis, recíprocas.

Porquanto durasse.


Fernanda Paz

TEMPO III

http://omeusonholindo.zip.net/images/1OLHANDO_MAR.jpg
(crédito da imagem: http://edupoisl.blogspot.com/)

Fico a pensar no meu futuro
Nos projetos outrora feitos
Hoje esquecidos...
Nos poemas ainda inacabados...

Tempo, tempo...
Já tão metaforizado
Estranha e impetuosa força
Fico a pensar sobre ti

Meu passado
Os amigos que jamais verei
A cidade da qual estou distante
O mar...

Estranha e impetuosa força
Dias intensos se passaram
Novos amigos, emoções, amores...

E a vida se mostrou outra
De um colorido-cinza distorcido
De alegria
De tristeza
De tudo, de tudo...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

DIAS FRIOS



Dos dias em que se é proibido despertar
De frio na cama pela manhã
Com cheiro de chuva
E melancolia

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DIVAGAÇÕES

http://4.bp.blogspot.com/_M-voDPgjHNA/SQs7gDOGg8I/AAAAAAAAACM/tfXCApiX6yw/s320/Um+banco+na+solid%C3%A3o+da+pra%C3%A7a.bmp
Deixai que eu viva a solidão
Sentado na praça
A contemplar o arvoredo
E o som dos pássaros mudos

sábado, 28 de novembro de 2009

TODO (I)MUNDO SABE

TODO MUNDO SABE QUE A GISELE BUNDCHEN É MUITO É FEIA
E QUE O RICO SÓ RECLAMA DA MISÉRIA DE BARRIGA CHEIA.
TODO MUNDO SABE QUE PARA EU SER ALGUÉM
NÃO DEVO PEDIR MERDA NENHUMA Á NINGUÉM.

TODO MUNDO SABE QUE EU NÃO SOU DESSE MUNDO
E QUE EU E MEUS AMIGOS SOMOS UM BANDO DE VAGABUNDOS.
TODO MUNDO SABE QUE EU NÃO SEI FAZER NADA DIREITO
E QUE NEM DEUS NEM O DIABO TÊM CULPA PELOS MEUS DEFEITOS.

TODO MUNDO SABE, NÃO PASSA NADA NA TV
E QUE JÁ FAZEM TUDO, TUDO POR VOCÊ.
TODO MUNDO SABE QUAL SERÁ O FUTURO DA NAÇÃO,
BASTA OLHAR PRO QUE O SARNEY FEZ COM O MARANHÃO.

TODO MUNDO SABE POR QUE OS MENINO JÁ CRESCE REVIRANDO OS ZÓI,
É QUE O SONHO DE TODA MENINA QUE NÃO CONSEGUE SER MODELO É AO MENOS POSAR NA PLAYBOY

HAIKAI VI

http://aprenderbrincando.no.sapo.pt/images/Lua%20cresc.JPG
Quarto crescente
Vida confusa
Violão e vinho

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Marcado


Posso esquecer de tudo
Do nome das cores, de distingüir, de misturar
Posso esquecer dos números
De multiplicar, de dividir, de igualar
Posso esquecer do mundo
De chorar, de rir, de perdoar
Só não vou esquecer do que existe aqui guardado
Esse sentimento que habita forte em mim
E um dia vou me lembrar de perguntar
Porque ele insistiu em ficar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O cheiro da madrugada

















Vidro de perfume vazio
Noite trêmula
Crise em plena madrugada
Imaginação fértil, palavras mal pensadas
Silêncio nos acordes da vida, barulho na paz que invade a sala
Overdose de silêncio, sobrecarga de espera
No quarto que me guarda,
Só escuro, só mordaça
Na paz que me abraça,
Só guerra, só pirraça
Meus gritos internos me acordam os demônios
Meus pulos externos não conseguem tocar o teto de estrelas
Em tudo cresço,
Tudo acresço, nada vejo
Meu corpo se dissolve de acordo com a regra da vida
 Que bela orgia de segredos
Belos medos
Velhos medos
Triste fim o da música que me invade,
Vai-se sem se despedir, deixando o eco nos ouvidos alheios
Dissolve-se no tempo,
E a todo instante,
Desde seu gênese bem escrito,
Acorda as lembranças, desperta as esperanças
Procura em cada canto mal colocado do quarto,
Um lugar pra se alojar, um espaço para descansar suas claves invisíveis e notas formidáveis
No peito arde o caos de se encontrar com o espelho
O pesadelo de encarar a própria face
Retalhada
Regendo o belo, contemplando o nada
Respirando a madrugada.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vende-se um outubro




















Vende-se um outubro
Sem nexo, sem versos, sem nada
Vendo em perfeito estado de conservação
Acompanhado de um corpo
Frio, inútil, violentamente mal usado
Vendo também uma gratidão, que de nada me serve
A não ser pelo fato de provocar pena; auto - piedade.
Acompanha também um ego bem gasto e uma mente bem rodada
Que de nada irão me servir a não ser para chorar lembranças de meses passados
Vendo também um punhado de lágrimas; secas, cristalizadas, ainda com cheiro de pedidos
Vendo um coração furado, com vazamentos por todos os lados,
Que de tão feio e apagado, a de servir, até como arte, como um desenho abstrato
Vendo meio quilo de insatisfações (mais não vamos entrar em detalhes, pois o ego já foi acrescentado à lista)
Vendo tudo bem barato, tudo em conta
Mais a prece vai de graça e sem garantia
Vendo tudo por um abraço ou algo que cure minha ferida
Troco pelo fim da solidão
Vendo, por 3 reais e uma vida.

sábado, 14 de novembro de 2009

Consolo aos que insistem















Tempo que não passa, tempo que não volta nem por um decreto
Tempo morno, frio, inconstante,
Muda a toda hora o tempo
O grito dos aflitos ainda me encanta, ainda me chama
O silêncio das minhas cordas vocais me pisoteia todo santo dia
O que faz você ai sentado tolo?Por que não participa da guerra com teus irmãos?
Tantos ombros, tantos choros, tantos por quês
Por que tanto ainda me resta saber?
Que de todas as vidas que vi passar diante de mim apenas a minha me fez assim
Demorou tempos para que este que vos murmura percebesse quão vaga estava sua linha do tempo
E quão vazias eram suas mãos
Ao longo dos dias, contados aniversários, percebe-se a tristeza de alguém que se vai pouco a pouco, no escuro de seus pensamentos
E que se perde na existência da melancolia
Que aprende a cada dia que o sangue derramado em batalhas é o vinho dos futuros lucros da vida
E que os covardes se escondem por traz do sacrifício dos heróis
Contando os passos e calculando suas mentiras
Tantos dias, tantas noites, tantos mortos
Para que no fim todos tenham um minuto de silêncio
Tantas ruas, tantas estátuas, tantas velas
Para que no fim alguém seja lembrado
Muita arte o que querem, muita arte para poucas mentes
Muita gente para pouco mundo, muito mundo para poucos artistas
Muita morte para pouca vida
É de natureza vã amar
É de insistência tola conjugar o verbo sem que ele exista
É de interesse de todos que desapareça
E é interesse de muitos, que viva
Mesmo que insista, mesmo que minta.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Noite em palco














Antes que perguntem, morre cedo à última cena
Nem dá tempo de atuar
Saem os atores, fecham-se as cortinas, apaga-se a luz
Dorme o amor que havia em nós
Dorme sobre o palco, de onde ecoava tua voz.
Saem os amantes da cena de nudez, resta o escuro, sobra solidão.
Restam às estrelas, resta à luz do porão
E a lembrança de uma peça que nunca existiu.
De uma porta que nunca se abriu
De uma pele que nunca toquei e palavras que nunca disse
Resta uma mente, que mente a semente que a de surgir
Restam no céu as gotas do nada, fora do templo, fora de mim.
Poeira que imita a sorte, que envolve a morte, que abraça forte os joelhos de quem precisa rezar, de quem precisa pedir.
Entrego aos outros a estrela, que iluminava meu palco
A vida que acendia minha arte, agora brilha n’outro céu
Mas o que me mata não é o que não sei
Não é o que não tive
Nem o que perdi
Me mata saber que nunca vou saber
Que nunca terei
E que nunca perderei aquilo que nunca foi meu
Pois do que tenho mais saudade,
Não é daquilo que minha covardia deixou fugir
Em meio tempestades turvas de lágrimas fosforescentes,

É das noites que tive
Das noites que sonhei,
Com os dias que vivi.

À UMA BELEZA DE CORPO E ALMA

http://fotocache02.stormap.sapo.pt/fotostore01/fotos//38/47/27/951076_TJRnw.jpeg
Aquele rosto é de desarmar
Qualquer um que a ele contemplar
Meio perdida, confusa, linda!
A olhar para o nada
Ou até nada olhar
Perdeu os sentidos?
A alma lhe parece ausente...

Será que está a sofrer?
Não se sabe
Nada sei daquele universo
Algo queria saber
Pois o mistério me atrai...

Em que ela está a pensar?
Em quem...
Nada sei.

Aqueles olhos melancólicos
Sem maquilagens
Sem máscaras
Linda face nua
Porém nada me revela.

Deu-me um sorriso hoje
Só para ser cordial?
Que importa!?
O dela é verdadeiro
E é um belo sorriso
Pelo menos percebeu-me
E deu lume novo ao dia
Poucos ainda sorriem...

Hoje eu estava a ccontemplá-la
Parecia angustiada
Ela ama, ela sente
Ela pensa, ela é rara...
Isto posso perceber
Porque a poesia me diz

Mas em quem ela pensava?
Em quem...
Nada sei.

02/04/08

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ENTRETENIMENTO


O QUÊ VÃO FAZER
QUANDO CAÍREM COMETAS NA TERRA?
AONDE VÃO SE ESCONDER,
HÁ PECADOS QUE JAMAIS SE ENTERRA?

QUEM PODE VER
AS GARRAS DO MONSTRO NA ESCURIDÃO?
NINGUÉM DEVE CORRER
É TUDO FRUTO DA NOSSA AMBIÇÃO.

QUEM PODERÁ DIZER
QUE FOI CERTO ENTRE OS ERRADOS
E FEZ POR MERECER
A SENTENÇA DE SER PERDOADO?

TODOS VÃO SE FUDER
SE NÃO SEGUIREM AS SAGRADAS ESCRITURAS...
MAS ORA, DEUS NÃO É VINGATIVO,
INDEPENDENTE DE QUALQUER CULTURA.

NINGUÉM VAI PRO INFERNO,
NÃO EXISTE, NÃO PASSA DE ILUSÃO.
É QUE QUANDO CHEGA O INVERNO
ELES TÊM A TOMADA DE OUTRA ESTAÇÃO.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Revolucionários


Revolucionários

Somos revolucionários
Só queremos
Que os nossos olhos alcançam
Não temos linhas
Nem movimentos
Temos muitas idéias
Mas não lutamos
Contra o que achamos errado

Somos revolucionários
Contra tudo e contra todos
Mais só vivemos realidade virtual

Sem razão e nem motivo
Só por pura preguiça fingir
Não saber
Mais o saber existe
Que todos precisam de todos
E nem uma estrela brilhar só
Mais só vemos nosso próprio umbigo
Somos revolucionários
Somos revolucionários
Somos revolucionários
Do nada
Do nada
Do nada

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Deriva no Mar da Vida

Assim me sinto, assim estou neste momento
Tudo parece estar no lugar, menos pra mim
Não tenho rumo, nem norte, pareçe um tormento
Que se instalou cá-dentro, sem ter um fim.

Tudo parece tão desvirtuado, não posso entender
Como cheguei aqui em plena luz do dia
Foi o vento que fez eu me perder
Não sei! Só quero é dar sentido a esta poesia.

Me sinto um barquinho perdido no mar
Me perdi, mas não sei se vou me encontrar
Pois então que somprem os ventos, quero navegar

Com rumo certo, em direção a austeridade....
Vencendo as tempestades com impar vitalidade
Para ancorar num porto seguro chamado felicidade.

Autor: Marcos Patrício Vieira. 02/11/2009.

Canção Desafinada

Não sei mais o que sinto
Não sei mais no que acredito
Neste torpe turbilhão de infortúnio.

Quero, mas não consigo ver o horizonte
As coisas parecem frias.....
É como se lhes faltasse a sua substância.

Este canto destoa do da maioria, do coro
Pareço sempre nadar contraa corrente
Meus olhos fatigados e sem choro
Assistem a minha austera tristeza.

Um vazio me completa
Permeado por uma dor exata
Levando-me por esse caminho
Trilhado por quem aprendeu a ser sozinho.

Que este canto desafinado
Ecoe,reverbere ás alturas
Nestes outubros de intenso calor
Só pra ver se alivia um pouco essa dor.

Flor da minha memória


Vou molhar aquele pedaço de papel
Onde escrevi tanto sobre ti
Com aquela caneta vermelha
Pra borrar e parecer uma pétala de flor
Pra poder apagar da minha memória,
O meu amor.

Cadê a pedra? (ai meu dedão)



No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

Eu a chutei
nunca me esquecerei
porque aquela porra
era uma pedra

No meio do caminho TINHA uma pedra.
(um singelo fim para a pedra de Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Meu único segundo


Quando eu fecho os olhos
Eu lembro de cada segundo
Que você foi meu
Só meu e de mais ninguém
Eu ignoro qualquer possibilidade
De você está pensando
Em outro alguém
Esses pensamentos são meus
E faço deles o que eu quiser
E você foi meu
Só meu e de mais ninguém
Nem que tenha sido por um único segundo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nada


Cansaço de caminhar rumo ao nada.
Sempre era assim.
E o cansaço não era fraqueza do corpo.
Era fraqueza que vinha de dentro de não sei de onde, bem dentro.
Dentro do mais profundo poço da alma.
No começo embevecia-se. Num misto de êxtase e euforia.
E depois.
Depois vinha a parte ruim.
Percebia o imperceptivel.
Mas agora era o obvio. Tão obvio.


Cansaço de caminhar rumo ao nada.
De querer encontrar um sorriso que pudesse contar em suas alegrias.
Um corpo que transmitisse ao seu, um mínimo de calor nos dias frios.
Mãos que tocassem o seu rosto em meio as incalculáveis tristezas.
Palavras alegres.
Palavras tristes.
Palavras bobas.
Palavras apimentadas.
Nada disso era possível por completo.

Cansaço de caminhar rumo ao nada.
E agora.
Agora que a certeza já invadira porta adentro
Nada de predispor-se.
Não mais.
Nada de êxtase
Nada de euforia.
Agora apenas o nada vestido de alguma coisa boa que finja trazer uma felicidade traiçoeira.
Agora apenas o nada.

Fernanda Paz

CICLO VICIOSO


EU AMO O DINHEIRO
QUE AMA A MISÉRIA
QUE AMA OS HOMENS
QUE AMAM O DINHEIRO
QUE AMA A MISÉRIA
QUE AMA OS HOMENS.

MEU SONHO VAI PAGANDO MINHA ARTE.
ANTÔNIO A GENTE VÊ EM TODA PARTE
AGORA VALCIÃN SÓ PODE TER VINDO DE MARTE.

domingo, 25 de outubro de 2009

ELA

Entrou no carro.
Com a mesma satisfação dos dias anteriores.
Olhou para ele com um olhar que parecia querer penetrar-lhe a alma.
Olhos quentes.
Qualquer lugar lhe serviria.
Uma lanchonete, um restaurante de luxo.
Onde ele a quisesse levar.
Afinal de contas ele era mais um que lhe convidava para sair.
Pela conversa no bar pôde prever suas intenções.
Qualquer mulher no auge de sua dissimulação diria “as piores possíveis”.
Entretanto era a que todas sempre desejavam, e quanto mais cafajeste, mais interessante se tornava.
Acabaram em um quarto qualquer.
Meia luz, roupas pelo chão e respiração ofegante.
Nessas horas, gostava de fazer muitas coisas.
Depois de tudo ele estava exausto.
Deitou-se.
Pronto.
Então já havia chegado o momento certo de agir.
Ainda despida. Sutilmente apanhou algo na bolsa.
Uma arma, cuja penumbra impossibilitava de ser vista.
O frio do aço em suas mãos fazia acelerar seus batimentos.
Os olhos agora expressavam doçura.
Ele ainda exausto, nem conseguia reparar na suavidade de seus movimentos.
Movimentos pausados.
De repente o estrondo do tiro.
Logo após um riso suave.
Agora sim, um vasto prazer mórbido invadia o seu corpo. Todo ele.
Vestiu-se com calma, olhando fixamente para aquele corpo sem vida em sua frente.
Acendeu um cigarro.
Desceu as escadas lentamente, como se saboreasse cada passo.
Na rua já podia ver o raiar do dia.
Olhos frios.

A vida pode ser algo banal.


Fernanda Paz

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tempos derivados


Queria que meu coração
Funcionasse no modo indicativo
Pois teria certezas
Do que quero, do que faço, do que posso
E não no modo subjuntivo
Cheio de dúvidas e contando nos dedos
As possibilidades de erros e acertos
Queria que meu coração
Fosse lotado de certezas
E não no modo imperativo
Recebendo ordens, implorando conselhos
E desejando você.

domingo, 18 de outubro de 2009

Apreço



E em tão pouco tempo
Já tens um lugar em mim
Que já anda pequeno
Para o meu sentimento por ti
Me cativou tão de repente
Te olhar de longe já é o bastante
E quando sorri
Sentir por um instante a felicidade em mim.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sem você

[manhã.jpg]


E sem um abraço teu pela manhã
É inútil o resto do meu dia
Porque tudo fica sem cor
E sem a tua voz pra me guiar
É inútil o resto do caminho
Porque tudo fica confuso
E sem o teu sorriso pra me alegrar
É inútil o resto da minha vida
Porque tudo fica sem sentido.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

POESIA, MODELO 2010

http://tonoblog.files.wordpress.com/2009/01/clip-image0023.jpg

Nova geração, carro do verão
Luzes, chips, cores
Alta definição
De nada.

Robôs, filmes, moda
Cachorro high-tech
Técnica de venda
De si.

Faça sua imagem
Compre isso e aquilo
Adquira status
De objeto.

Escute o que mandam
Obedeça sempre
E seja feliz
Esqueça a poesia
E viva Hollywood

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O QUERER

http://1.bp.blogspot.com/_IqAAxLcY7eU/SpwZabi50jI/AAAAAAAACBA/8P3QtYLSE_8/s400/muito+embora+o+querer+bem.jpg
Todos querem
Alguns querem iates
Outros querem Amor
Outros querem a sensação
De achar que não querem nada...

No dia em que você não quiser nada
Suicidar-se-á

terça-feira, 22 de setembro de 2009

TRISTEZA

http://guiadoviajante.com/wp-content/uploads/2009/02/praia-deserta-ilha-do-superagui.jpg
Quero me perder!
Quero me perder...
Numa praia deserta
Em um dia nublado
Com um vinho do lado
Barato? Que seja...
E com meu violão
Pra então abarcar
Toda a solidão
Pra então acalmar
O meu coração...
E que seja triste
E que seja belo...

domingo, 20 de setembro de 2009

Um dia



No dia em que o mundo acabar
Vou de Kombi ate o infinito
No horizonte vou buscar
Com a cabeça contra o vento
Um sorriso sem por que
A forma mais feliz de se viver
Liberdade vou encontrar
Você.

sábado, 19 de setembro de 2009

LIRA

Ah... estou perdido
Não há sanidade que se sustente
Este ramo não pode ter
Duas rosas e dois espinhos
Ou três, ou cinco...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

CONTIDO AMOR

http://farm1.static.flickr.com/153/429759725_0b5c34ef6f.jpg
Se eu fizer a poesia que me pedes
Esta que deseja sair, e que a contenho
Um dia ela seria lida
Haveria de ser lida
E isto me amedronta, me detém
Prefiro ficar com ela aqui, comigo
Bem dentro de mim, e escondida
Até mesmo do meu subconsciente

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CRESCIMENTO

http://www.worldarchitecturenews.com/project/uploaded_files/946_385OMASingapore.jpg
Prédios e mais prédios
Blocos e mais blocos
A cidades se ergue
Talvez seja para cima...

Mas este soerguimento
Não mais deixa o sol entrar
A sombra paralela, cada vez maior
Em vez da sombra das copas
Criou um novo desenho
Grades de sombra nas ruas
Quem serão os encarcerados?

domingo, 2 de agosto de 2009

Sem tempo sem você



Sem tempo sem você

Não tenho tempo
as horas passam
e me afastam
tenho pressa
há muito trabalho
e ainda não tenho você
pra que fugir?
vem pra mim
quero te ver
não me pergunte o por que
a saudade me aproxima
tenho pressa faço tudo
e ainda não tenho você.
(Hélio Lima Junior)

Quimera vida



Quimera Vida

Triste vida a quem não sonhou
crescer é deixar de bobagem
basta ser real
más cresci
e trago na bagagem
uma fantasia, uma vida e a realidade.
(Hélio Lima Junior)

Solidão cidade grande




Solidão cidade grande

É simples tocar um dó
quando se sente desamparado
estando só na esquina
e tudo ao redor parado
basta tocar um dó
e os incomodades fazem companhia.
(Hélio Lima Junior)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Indubitável



Indubitável

O que fazer quando a cabeça só pensa com o coração?
E quando o coração quer confundir a cabeça?
Se ela descobre? E parece que gosta?
(risos)

Nesses casos há de se ver um horizonte
além do que se auto-limitou
é noutros ângulos que se acha a verdade...
E é na calma, no ouvir a respiração,
no prazer de um chocolate...

O importante é
não deixar fugir a doçura e a coragem
das coisas resolvidas pelo coração
(consequência)
Era uma vez...um final feliz

domingo, 12 de julho de 2009

HAIKAI AOS AMANTES SOLITÁRIOS

http://4.bp.blogspot.com/_Tk-yz2aPj6c/R2PIvnsowoI/AAAAAAAAC9k/1AccGJBkAf8/s400/SOLIT%C3%81RIO+AMOR.bmp
Amamos
Amamos
Nos suicidamos...

Surdo-Mudo



















Tento falar de amor
Mais tudo que sei já foi dito
Tento falar da dor
Mais tudo que pensei já foi sentido
Tento falar
Mais de duas vezes já me fora renegada a voz
Tento.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

EXCLUÍDOS (POEMA AO PRONOME INDEFINIDO)

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Vestido em trapos e farrapos
Bêbado o tempo inteiro
Sem consciência, sem reputação a zelar
(Diabos de reputação!)
Sem ao menos um nome...

Onde nasceu?
Onde está a família?
(Inferno de mundo!)

Já não sente mais
Já quase nem pensa...
(Só por sobrevivência)

Pelo menos hoje
Ele se eterniza
Num reles poema
Que nem tem seu nome...

Mundo de excluídos
Mundo de excludentes
Mundo de farsantes
Mundo de porcos!
(Com todo respeito aos suínos...)

sábado, 20 de junho de 2009

Meu destino sacrificado

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Percorri a estrada do desespero,
procurando uma saída.
Fugi da sua esperança sacrificada
Sepultada no túmulo da salvação

Se tu tivesses um pouco de trevas
Estarias deitado em seus pesadelos?
Tão sóbrio meu amor!
Não, você nunca existiu!

Você me procurou a meia noite?
Estaria morta em sua cova...
Pálida como a lua que ilumina,
meu jardim sombrio, putreficado!

Não morras em vão!
Bata em seu imundo coração!
Sinta esta profunda oração
Castigada, morta e enterrada...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Onde estamos?

Não vejo mais as nuvens no céu
Não vejo mais as flores no campo
Toda a derrota se manisfesta e invade
Quanto ao tempo, este não há

Onde estão as viagens?
Onde está o lugar que ontem admirei?
Porque ninguém mais chora?
Vejo as sombras, vejo defuntos ambulantes

Há somente covas
Há somente pessoas
Inumanas e invisíveis
Há somente um inferno?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

POBRE PASSARINHO

(POEMA INFANTIL)

http://viverepensar.files.wordpress.com/2008/09/66534554_8d2625877c.jpg
Pobre passarinho
Tinha a liberdade
Hoje se empoleira
Atrás de uma grade

Pobre passarinho
Cortaram sua asa
Disseram que a jaula
Era sua casa

Pobre passarinho
Nem canta, tão triste
Não pode mais ver
Tudo que aqui existe

Pobre passarinho
Trancafiado está
Longe do seu mundo
Não pode voar...

Desgraçado homem
Prendeu o passarinho
Quem dera fosse ele
Ali preso e sozinho...

Mas saindo da rima
Saindo do ritmo
E da estrutura
Digo que este homem
Desgraçado homem
Por nunca ser livre
Prende os animais

Pobres passarinhos...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

De onde

vim de um lugar que desconheço.
vivo num lugar, finjo que o conheço.
em todas as esquinas adivinho um lar.
e em algumas pessoas procuro me abrigar,
pra ver se lembro, meu deus: vim de que lugar?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A CIDADE (Meu retrato de Jacinto)



As impressões que a cidade me deixa
Conseguem me impressionar até hoje
Mesmo que os dias sejam tão parecidos
Mesmo que a vida se estagne entediada
A cidade sempre tem um canto a se explorar

Uma rua, um bar, uma praça
Um amigo distante reencontrado
Um show de rock a terminar
Somente com o despertar do sol...

Sei bem que o campo tem os seus encantos
Sei que a cidade também é refúgio
Para solitários esquecidos
Porém às vezes este isolamento
Em meio a estas milhares de pessoas
Consegue me dar um estranho prazer

Ah... a cidade, a cidade
Com todas as mazelas e favelas
Com todas as donzelas e vielas
Encanta-me por vezes
Por outras me irrita
Mas sempre é a cidade...

Talvez eu seja um urbano irremediável.

APOÉTICO

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Cansei-me de cantar o não-cantar
De versar o não-versar
Cansei de inexpressar-me nos meus versos
Como nestes que acabo de escrever

Desejo novamente os raios do sol
Dos quais tenho fugido neste tempo
Desejo novamente até o gosto da tristeza
Mais triste é ficar seco de palavras

Sinto-me um ser tão fraco
Ao pegar do papel e nada poder escrever
Logo eu que antes podia uma Odisséia
Hoje não consigo mais que um Haikai...

sábado, 2 de maio de 2009

PONTOS DE VISTA

(Leitores, vocês não sabem o quanto eu queria colocar poesias melhores que esta, mas é que a crise afetou minha inspiração...)
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Uma grande diferença
Entre eu e resto do mundo
É que tenho consciência
Para avaliar argumentos
Posso mudar minhas idéias...

Os outros são sempre fixos
Por isso tantos ainda morrem
Em seculares discussões.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

SEM TÍTULO

O mundo é vazio
Expresso-me vazio
Sou vazio?
Cheio de vazio
Desvario...

ARTE

ISTO É QUASE UM MANIFESTO, MAS NÃO ESTÁ BEM ESCRITO


http://www.oesquema.com.br/urbe/wp-content/uploads/2009/01/funk-ball-at-favela-da-ma-001.jpg
A arte já não é mais arte
E isto me deixa deveras triste
Em todos os dias sou ofendido
Por músicas ridículas
Por efêmeros artistas
Artistas?

Ofendido e atacado
O mau gosto é meu
E fico cá no meu canto
No meu pobre canto
Alienados são surdos...

Maldito país de ignorantes!
Maldito país de poucos leitores
De falsos cantores, pífios compositores
Não todos, é óbvio.

Porém o lixo cultural aumenta
E eu talvez nada possa fazer
Dizem que o rock 'n roll é para loucos
(Tenho direito a ser e orgulho de ser)
Dizem que Chico morreu...

Porém enquanto houver lúcidas mentes
Enquanto houver a real liberdade
(Se é que ela realmente existe)
A Arte resistirá
Enquanto houver quem lute
Contra o pão-e-circo
A Arte resistirá.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

POETA VAZIO

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Versos da madrugada
Versos que vem e vão
Versos... e mais nada
Reina a solidão

Mas a solidão...
Coisa rotineira
Só um poeta vão
Repete esta asneira

Onde está o amor?
Onde está a ilusão?
Meu mundo está podre
Pouco me restou...

Só letras vazias
Expressando.. o quê?
Poesias vazias
Poeta vazio.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

TEMPO II

http://2.bp.blogspot.com/_fwkYQeL8_rQ/R8RBxGODnyI/AAAAAAAABHE/tz6qcuQFW-w/s400/ampulheta%5B1%5D.JPG
O homem que ontem fui não bebia
O homem que hoje sou estava bêbado
O homem que ontem fui era feliz (ou quase)
O homem que hoje sou é nostálgico...
O homem que ontem fui não escrevia
O homem que hoje sou escreve torto
O homem que ontem fui, amou
O homem que hoje sou ainda ama
E o homem que serei talvez seja amado...
O homem que ontem fui era mar
O homem que hoje sou é ribeirinho
O homem que ontem fui nada sabia
O homem que hoje sou... sabe menos

Porém eu nada sou, apenas estou
E mudo a cada palavra escrita.

DEVANEIOS

http://4.bp.blogspot.com/_QSDZr4TwYsg/SUAVb3dKDCI/AAAAAAAAAGA/BhIH-vVbSDk/s400/insonia.JPG
A noite percorro vagando louco
Nas reviravoltas do pensamento
E até agora não estou com sono

Reflito, pondero, errado ou certo?
Talvez não caiba a mim o julgamento
Mas a quem diabos poderia caber?

Vida confusa e errônea, perturbada
Altíssimas frequências cerebrais
Na hora em que reinaria o descanso

Poesias sempre aparecem e somem
Reflexões valiosas, depois fúteis
Incrível a inconstância das idéias
Irremediáveis devaneios tortos...