segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DIVAGAÇÕES

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Deixai que eu viva a solidão
Sentado na praça
A contemplar o arvoredo
E o som dos pássaros mudos

sábado, 28 de novembro de 2009

TODO (I)MUNDO SABE

TODO MUNDO SABE QUE A GISELE BUNDCHEN É MUITO É FEIA
E QUE O RICO SÓ RECLAMA DA MISÉRIA DE BARRIGA CHEIA.
TODO MUNDO SABE QUE PARA EU SER ALGUÉM
NÃO DEVO PEDIR MERDA NENHUMA Á NINGUÉM.

TODO MUNDO SABE QUE EU NÃO SOU DESSE MUNDO
E QUE EU E MEUS AMIGOS SOMOS UM BANDO DE VAGABUNDOS.
TODO MUNDO SABE QUE EU NÃO SEI FAZER NADA DIREITO
E QUE NEM DEUS NEM O DIABO TÊM CULPA PELOS MEUS DEFEITOS.

TODO MUNDO SABE, NÃO PASSA NADA NA TV
E QUE JÁ FAZEM TUDO, TUDO POR VOCÊ.
TODO MUNDO SABE QUAL SERÁ O FUTURO DA NAÇÃO,
BASTA OLHAR PRO QUE O SARNEY FEZ COM O MARANHÃO.

TODO MUNDO SABE POR QUE OS MENINO JÁ CRESCE REVIRANDO OS ZÓI,
É QUE O SONHO DE TODA MENINA QUE NÃO CONSEGUE SER MODELO É AO MENOS POSAR NA PLAYBOY

HAIKAI VI

http://aprenderbrincando.no.sapo.pt/images/Lua%20cresc.JPG
Quarto crescente
Vida confusa
Violão e vinho

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Marcado


Posso esquecer de tudo
Do nome das cores, de distingüir, de misturar
Posso esquecer dos números
De multiplicar, de dividir, de igualar
Posso esquecer do mundo
De chorar, de rir, de perdoar
Só não vou esquecer do que existe aqui guardado
Esse sentimento que habita forte em mim
E um dia vou me lembrar de perguntar
Porque ele insistiu em ficar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O cheiro da madrugada

















Vidro de perfume vazio
Noite trêmula
Crise em plena madrugada
Imaginação fértil, palavras mal pensadas
Silêncio nos acordes da vida, barulho na paz que invade a sala
Overdose de silêncio, sobrecarga de espera
No quarto que me guarda,
Só escuro, só mordaça
Na paz que me abraça,
Só guerra, só pirraça
Meus gritos internos me acordam os demônios
Meus pulos externos não conseguem tocar o teto de estrelas
Em tudo cresço,
Tudo acresço, nada vejo
Meu corpo se dissolve de acordo com a regra da vida
 Que bela orgia de segredos
Belos medos
Velhos medos
Triste fim o da música que me invade,
Vai-se sem se despedir, deixando o eco nos ouvidos alheios
Dissolve-se no tempo,
E a todo instante,
Desde seu gênese bem escrito,
Acorda as lembranças, desperta as esperanças
Procura em cada canto mal colocado do quarto,
Um lugar pra se alojar, um espaço para descansar suas claves invisíveis e notas formidáveis
No peito arde o caos de se encontrar com o espelho
O pesadelo de encarar a própria face
Retalhada
Regendo o belo, contemplando o nada
Respirando a madrugada.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vende-se um outubro




















Vende-se um outubro
Sem nexo, sem versos, sem nada
Vendo em perfeito estado de conservação
Acompanhado de um corpo
Frio, inútil, violentamente mal usado
Vendo também uma gratidão, que de nada me serve
A não ser pelo fato de provocar pena; auto - piedade.
Acompanha também um ego bem gasto e uma mente bem rodada
Que de nada irão me servir a não ser para chorar lembranças de meses passados
Vendo também um punhado de lágrimas; secas, cristalizadas, ainda com cheiro de pedidos
Vendo um coração furado, com vazamentos por todos os lados,
Que de tão feio e apagado, a de servir, até como arte, como um desenho abstrato
Vendo meio quilo de insatisfações (mais não vamos entrar em detalhes, pois o ego já foi acrescentado à lista)
Vendo tudo bem barato, tudo em conta
Mais a prece vai de graça e sem garantia
Vendo tudo por um abraço ou algo que cure minha ferida
Troco pelo fim da solidão
Vendo, por 3 reais e uma vida.

sábado, 14 de novembro de 2009

Consolo aos que insistem















Tempo que não passa, tempo que não volta nem por um decreto
Tempo morno, frio, inconstante,
Muda a toda hora o tempo
O grito dos aflitos ainda me encanta, ainda me chama
O silêncio das minhas cordas vocais me pisoteia todo santo dia
O que faz você ai sentado tolo?Por que não participa da guerra com teus irmãos?
Tantos ombros, tantos choros, tantos por quês
Por que tanto ainda me resta saber?
Que de todas as vidas que vi passar diante de mim apenas a minha me fez assim
Demorou tempos para que este que vos murmura percebesse quão vaga estava sua linha do tempo
E quão vazias eram suas mãos
Ao longo dos dias, contados aniversários, percebe-se a tristeza de alguém que se vai pouco a pouco, no escuro de seus pensamentos
E que se perde na existência da melancolia
Que aprende a cada dia que o sangue derramado em batalhas é o vinho dos futuros lucros da vida
E que os covardes se escondem por traz do sacrifício dos heróis
Contando os passos e calculando suas mentiras
Tantos dias, tantas noites, tantos mortos
Para que no fim todos tenham um minuto de silêncio
Tantas ruas, tantas estátuas, tantas velas
Para que no fim alguém seja lembrado
Muita arte o que querem, muita arte para poucas mentes
Muita gente para pouco mundo, muito mundo para poucos artistas
Muita morte para pouca vida
É de natureza vã amar
É de insistência tola conjugar o verbo sem que ele exista
É de interesse de todos que desapareça
E é interesse de muitos, que viva
Mesmo que insista, mesmo que minta.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Noite em palco














Antes que perguntem, morre cedo à última cena
Nem dá tempo de atuar
Saem os atores, fecham-se as cortinas, apaga-se a luz
Dorme o amor que havia em nós
Dorme sobre o palco, de onde ecoava tua voz.
Saem os amantes da cena de nudez, resta o escuro, sobra solidão.
Restam às estrelas, resta à luz do porão
E a lembrança de uma peça que nunca existiu.
De uma porta que nunca se abriu
De uma pele que nunca toquei e palavras que nunca disse
Resta uma mente, que mente a semente que a de surgir
Restam no céu as gotas do nada, fora do templo, fora de mim.
Poeira que imita a sorte, que envolve a morte, que abraça forte os joelhos de quem precisa rezar, de quem precisa pedir.
Entrego aos outros a estrela, que iluminava meu palco
A vida que acendia minha arte, agora brilha n’outro céu
Mas o que me mata não é o que não sei
Não é o que não tive
Nem o que perdi
Me mata saber que nunca vou saber
Que nunca terei
E que nunca perderei aquilo que nunca foi meu
Pois do que tenho mais saudade,
Não é daquilo que minha covardia deixou fugir
Em meio tempestades turvas de lágrimas fosforescentes,

É das noites que tive
Das noites que sonhei,
Com os dias que vivi.

À UMA BELEZA DE CORPO E ALMA

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Aquele rosto é de desarmar
Qualquer um que a ele contemplar
Meio perdida, confusa, linda!
A olhar para o nada
Ou até nada olhar
Perdeu os sentidos?
A alma lhe parece ausente...

Será que está a sofrer?
Não se sabe
Nada sei daquele universo
Algo queria saber
Pois o mistério me atrai...

Em que ela está a pensar?
Em quem...
Nada sei.

Aqueles olhos melancólicos
Sem maquilagens
Sem máscaras
Linda face nua
Porém nada me revela.

Deu-me um sorriso hoje
Só para ser cordial?
Que importa!?
O dela é verdadeiro
E é um belo sorriso
Pelo menos percebeu-me
E deu lume novo ao dia
Poucos ainda sorriem...

Hoje eu estava a ccontemplá-la
Parecia angustiada
Ela ama, ela sente
Ela pensa, ela é rara...
Isto posso perceber
Porque a poesia me diz

Mas em quem ela pensava?
Em quem...
Nada sei.

02/04/08

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ENTRETENIMENTO


O QUÊ VÃO FAZER
QUANDO CAÍREM COMETAS NA TERRA?
AONDE VÃO SE ESCONDER,
HÁ PECADOS QUE JAMAIS SE ENTERRA?

QUEM PODE VER
AS GARRAS DO MONSTRO NA ESCURIDÃO?
NINGUÉM DEVE CORRER
É TUDO FRUTO DA NOSSA AMBIÇÃO.

QUEM PODERÁ DIZER
QUE FOI CERTO ENTRE OS ERRADOS
E FEZ POR MERECER
A SENTENÇA DE SER PERDOADO?

TODOS VÃO SE FUDER
SE NÃO SEGUIREM AS SAGRADAS ESCRITURAS...
MAS ORA, DEUS NÃO É VINGATIVO,
INDEPENDENTE DE QUALQUER CULTURA.

NINGUÉM VAI PRO INFERNO,
NÃO EXISTE, NÃO PASSA DE ILUSÃO.
É QUE QUANDO CHEGA O INVERNO
ELES TÊM A TOMADA DE OUTRA ESTAÇÃO.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Revolucionários


Revolucionários

Somos revolucionários
Só queremos
Que os nossos olhos alcançam
Não temos linhas
Nem movimentos
Temos muitas idéias
Mas não lutamos
Contra o que achamos errado

Somos revolucionários
Contra tudo e contra todos
Mais só vivemos realidade virtual

Sem razão e nem motivo
Só por pura preguiça fingir
Não saber
Mais o saber existe
Que todos precisam de todos
E nem uma estrela brilhar só
Mais só vemos nosso próprio umbigo
Somos revolucionários
Somos revolucionários
Somos revolucionários
Do nada
Do nada
Do nada

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Deriva no Mar da Vida

Assim me sinto, assim estou neste momento
Tudo parece estar no lugar, menos pra mim
Não tenho rumo, nem norte, pareçe um tormento
Que se instalou cá-dentro, sem ter um fim.

Tudo parece tão desvirtuado, não posso entender
Como cheguei aqui em plena luz do dia
Foi o vento que fez eu me perder
Não sei! Só quero é dar sentido a esta poesia.

Me sinto um barquinho perdido no mar
Me perdi, mas não sei se vou me encontrar
Pois então que somprem os ventos, quero navegar

Com rumo certo, em direção a austeridade....
Vencendo as tempestades com impar vitalidade
Para ancorar num porto seguro chamado felicidade.

Autor: Marcos Patrício Vieira. 02/11/2009.

Canção Desafinada

Não sei mais o que sinto
Não sei mais no que acredito
Neste torpe turbilhão de infortúnio.

Quero, mas não consigo ver o horizonte
As coisas parecem frias.....
É como se lhes faltasse a sua substância.

Este canto destoa do da maioria, do coro
Pareço sempre nadar contraa corrente
Meus olhos fatigados e sem choro
Assistem a minha austera tristeza.

Um vazio me completa
Permeado por uma dor exata
Levando-me por esse caminho
Trilhado por quem aprendeu a ser sozinho.

Que este canto desafinado
Ecoe,reverbere ás alturas
Nestes outubros de intenso calor
Só pra ver se alivia um pouco essa dor.

Flor da minha memória


Vou molhar aquele pedaço de papel
Onde escrevi tanto sobre ti
Com aquela caneta vermelha
Pra borrar e parecer uma pétala de flor
Pra poder apagar da minha memória,
O meu amor.

Cadê a pedra? (ai meu dedão)



No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

Eu a chutei
nunca me esquecerei
porque aquela porra
era uma pedra

No meio do caminho TINHA uma pedra.
(um singelo fim para a pedra de Carlos Drummond de Andrade)