quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

POEMA DEVANEIO

(Nem era pra ser poema)

Ser homem é estar preso a uma linguagem estereotipada
Ser homem é tratar mulheres como lixo
Ser homem é ser como a sociedade quer que você seja
Ser homem é não sentir fraqueza
Ser homem é fingir uma liberdade que não existe
Ser homem é mostrar-se bruto ante qualquer situação
Ser homem é não chorar
Ser homem é não entender que tudo isto é uma ironia...

HAIKAI VII

http://malucaresponsavel.blogs.sapo.pt/arquivo/chuva1.jpg
Madrugada chuvosa
Lá fora
E em mim.

domingo, 20 de dezembro de 2009

AS NOITES

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Em mim já não há mais poesia
Eu vago pela boemia
Pelas noites errantes, ébrias
Belas, feias, tristes e felizes

Vi minha face refletida
Nos espelhos dos bares sujos
Nos copos ao redor da mesa
Nos olhos de quem beijei...

Eu andei pela madrugada
Livre como um andarilho
E meus olhos de pouco brilho
Viram amigos e sorrisos...

Um brinde!
Um brinde às noites da cidade
Ao abandono dos medos
À fuga dos meus fantasmas
Um brinde a todos vocês!

Mas eis que finda a noite
O encanto, os amigos, as moças
Somem em meio à fumaça dos cigarros
E me encontro só
E só a solidão dorme a meu lado

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

TANTAS CULPAS

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TANTAS CULPAS

Quero ver quem morreu,
Quem foi preso eu nunca vou saber...
Se é culpado de verdade.
Pelas tantas culpas
Venho pedir desculpa,
Praticar a humildade
Que eu não sei não,
A falta de vergonha é que me dá vergonha
E não sei até quando a maconha
Vai expandir mentes sem conscientizá-las.
Vamos á lama que eu quero cantá-la,
Á miséria que ainda dá de explorá-la...
Não posso ter um grande plano
Eles têm o planalto
E o asfalto mal é meu com tanta malícia
E o morro que não é seu, tráfico e milícia.
Meu gosto está gasto,
Meu gesto é indigesto,
Meu jeito indigente,
Meu peito índio e gente...

VALCIÃN CALIXTO

TESTEMUNHO SUICIDA

Testemunho Suicida

Eu me matei porque amei demais,
Porque sonhei demais tudo quanto era de menos.
Eu me matei porque sonhei demais,
Porque amei demais e meu peito era pequeno.
Eu me matei porque queria paz,
Porque sempre vivi por um triz.
Eu me matei porque queria demais
Ver todo mundo feliz.
(eu não era feliz).
Eu me matei...,
Tu me mataste...,
Ele me matou...,
Ela me matou... De (s) Ilusão.
Não me matei porque fui fraco
Pois que é preciso força para isso.
Tentei viver no meu buraco,
Não queria assumir nenhum compromisso.
Mas a gente vai crescendo,
Os sonhos vão morrendo,
A ingenuidade desvirginando-se,
O coração endurecendo...
(a dureza é uma fragilidade emocional),
(a fraqueza é um desvio racional),
(a pressão é uma força animal),
(o suicídio é uma solução humana).
Pretensão divina me forçar á vida
Se me sinto impossível, incapaz.
A minha despedida
É entrar pela saída:
Tchau, adeus, até nunca mais.
Eu me matei porque vivi demais
Mas não o necessário para morrer em paz.
Eu não queria provar nada a ninguém
Mas tudo tinha que ter aprovação de alguém.
Ninguém me comprovou se a verdade era mentira,
Se a solidão é o controle da ira.
Eu quero mais e me explodir...
Eu quero mais é te viver...
Eu quero mesmo é me matar
Para não viver de morrer
Aos poucos,
Louco,
Rouco,
Pouco,
Quase nada,
Nada.
Porra nenhuma.
Eu me matei porque não tinha nada
Porque queria tudo.
Porque tive tudo para ser tudo
E, no entanto deu em nada.
É no final nada dá em nada.
Esperem para ver,
Vivam para morrer.
Quem viver verá...,
Quem morrer será...
O que será quem morrer?
Quem será o que viver?
Seu dia chegará,
Sua hora marcará
A vida acabando,
A morte lhe encontrando.
A morte lhe abraçando,
A vida deixando,
Você deixando a vida.
Sua vida cedendo,
Você morrendo
E foi por isso que eu me matei,
Para tirar e tirei
A vida da morte.
Sim, eu aceitei,
A morte da vida
Para salvar e salvei
A sina da sorte.
Mate a vida,
Viva a morte.
VIVA A MORTE!
Mate a vida,
Viva a morte.
Morte de sua mãe querida,
Sua irmã perdida,
Seu pai vagabundo.
Morte do mundo:
BIG-BEN RETROCESSIVO.

Valciãn Calixto

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

VENDA

Um povo imbecilizado
Todos os dias
Manipulado
Por todos os lados
Sem poder ver
Tapam-lhe os olhos
E a TV
É seu altar...

domingo, 13 de dezembro de 2009

All days


















Procurei na poesia
Nas de cores vibrantes
E naquelas pálidas também

Com um capricho infundado
Um escárnio buliçoso
E um zelo fugaz

Sem deveras querer encontrar
E sem deveras querer aquietar

A resposta da tal pergunta
Que eu nem devia escutar

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


E as pernas.
Avistava nelas tal luminosidade inexplicável.
Perdia-se nelas.
E nada mais funcionava fora de si.
Só dentro. Na mente.
E dentro quanto ele estava
Inevitável, necessário, forçoso.
Tudo voltou a funcionar

Depois as pernas.
Entrelaçadas, maleáveis, recíprocas.

Porquanto durasse.


Fernanda Paz

TEMPO III

http://omeusonholindo.zip.net/images/1OLHANDO_MAR.jpg
(crédito da imagem: http://edupoisl.blogspot.com/)

Fico a pensar no meu futuro
Nos projetos outrora feitos
Hoje esquecidos...
Nos poemas ainda inacabados...

Tempo, tempo...
Já tão metaforizado
Estranha e impetuosa força
Fico a pensar sobre ti

Meu passado
Os amigos que jamais verei
A cidade da qual estou distante
O mar...

Estranha e impetuosa força
Dias intensos se passaram
Novos amigos, emoções, amores...

E a vida se mostrou outra
De um colorido-cinza distorcido
De alegria
De tristeza
De tudo, de tudo...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

DIAS FRIOS



Dos dias em que se é proibido despertar
De frio na cama pela manhã
Com cheiro de chuva
E melancolia