quinta-feira, 1 de abril de 2010

Retrato



Teus olhos fechados, como cortinas em fim de espetáculo.
Tua mão abraçando o ventre,
Como se tocasse o cansaço.
Teu sono abraçando o silêncio.
Teu corpo repousando em uma paz inacabável.
Deus me deu olhos.
Mas eles não tocam,
não sentem,
não beijam e não sabem fingir.
Queria eu estar ali.
Quem sabe,
Do lado de dentro da tua testa.
Vendo,
ouvindo,
dançando com tuas idéias.
Brincando com os teus sonhos
no balé desses desejos.
Mas o retrato nada mais é, que um plágio do real.
Um furto que maltrata,
engana e ofende.
Pois desejaria mil vezes não enxergar tais imagens.
Do que vê-las todo dia,
E tê-las apenas em minha mente.
                                            (Halifas Quaresma)

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