terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vazio.

Ele começou assim: "vou pedir para Dona Fulana me dar três meses de carinho..."

Hoje em uma conversa de bar com um amigo descobrimos que já não se fazem pessoas como antigamente. Eu pensando que o final da frase seria "....três meses de aluguel", não. Me enganei e me assustei, e fiquei atônita: mas só carinho? Sim, só isso. Ele só quer carinho e, incrível, onde tanta gente reclama da falta disso, elas são incapazes de satisfazerem umas as outras. Como pode? Pode sim. Descobrimos também que isso é porque além da pessoa querer o afeto e o afago do outro, ela exige, ainda, o ridículo cumprimento de alguns requisitos constantes em uma lista insuportavelmente depressiva.

No capitalismo selvagem em que vivemos não me admiraria que daqui a alguns poucos anos as pessoas trocassem dinheiro por carinho. Gente, vamos combinar, pessoa é essência e coisa é merda. Lógico né? Nem tanto, levando-se em consideração que hoje só é bom para "casar", "viver junto", aquele (a) que respeitar fielmente os requisitos da tal lista. Detalhe: são requisitos bem práticos, tais como, beleza britânica, emprego público, estatura alta, costas largas, quadris largos e por aí vai. Fuja disso e verá quem vai correr...

No fim de tudo ele só quer carinho. Eu só queria fazer as pazes. A minha situação se resolveu, e a dele?
O mesmo quarto vazio, a mesma sala vazia, a mesma cozinha vazia... preenchidos apenas com móveis vazios, coisas e mais coisas, claro, vazias.... Aí vocês perguntam: e a família dele? Acreditem vocês, também vazia. Alguém aqui sabe o que é isso?

Não né? Imaginei...

Por Carol Sousa

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