sábado, 28 de maio de 2011

Sem Teto

Na rua deserta
Fico eu a vagar
Como alma penada
A te procurar

Sou eu um moribundo
Que quer se salvar
Mas para curar-me
Preciso te encontrar

Me salve das trevas
Me salve do frio
Sou aquele teu amante
De rosto sombrio

Quando estavas a chorar
Era eu que te amparava
Quantas vezes te acolhi
Nas mais longas madrugadas

Mas aqui estou eu perdido
Destinado apenas a te procurar
Na minha ânsia de encontrar
Em teu peito um abrigo...

SOZINHO



Se é da tua vontade, então vá
Deixa-me aqui com o peito ferido
Com meus versos
Sozinho

Vá, e deixa-me estancar este sangue
Cicatrizar mais este corte
E aprender, mais uma vez
Ou tentar
Sozinho

O mundo seguirá seu curso
"Na dor, ninguém chorará contigo"
E o que me resta é ainda acordar
Dia após dia
Ainda que me falte o brio
E continuar
sozinho.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Transmutação

A palavra deixa de ser abstrata no momento em que ela te dá um sentido concreto,
O Amor deixa de ser abstrato quando a menina (mais do que merecedora)
Recebe o meu carinho como afeto.
A fome ganha nome quando se cai de tontura,
O castigo por ser castigo não vem lá das alturas,
Pois o mal que se faz e não se vê,
A fé que se prega e não se crê
Será vexame para a hipocrisia
Nesse ato falho de total heresia
Porque Deus deixa de ser abstrato quando amanhece o dia,
Pois sempre que amanhece se renova a esperança
Do lamento da noite anterior quando não se alcança
A bondade birrenta cometida apenas por vingança,
Por orgulho, o que é pior...não sei,
Mas no final do drama gera uma comoção maior,
Uma Emoção melhor.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sim, era Eu teu poeta

Você fica me olhando
Com esse jeito espantado
Não fique atordoado
Sim, era Eu teu poeta

Quando você precisava
De alguma inspiração
Eu te enchia de emoção
Sim, era Eu teu poeta

Era eu que te confortava
Quando estava em agonia
Com paixão e poesia
Sim, era Eu teu poeta

Não te apavores a me ver
Não precisa se esconder
Não queria assustar você
Sim, era Eu teu poeta

Tenho você como inspiração
De meus sonhos mais belos
De meus sentimentos mais sinceros
Sim, sou Eu teu poeta.

domingo, 22 de maio de 2011

Loucuras ao Luar


Sereno ao luar ele me esperava
Me encarando prontamente
Aquele seu jeito meigo
Sacudiu a minha mente

Me despiu completamente
Com seu jeito de amar...
Um belo homem me dominando...
Fizemos loucuras ao luar

Até hoje estou te esperando
Espero um dia te encontrar
Para novamente fazermos
Nossas loucuras ao luar...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

 "Uma menina com corpo de mulher
Ou uma mulher com corpo de menina?
Um "ponto de equilíbrio" entre a vida adolescente e a vida adulta?
Um "meio-termo' ,café-com-leite?

Tanta ansiedade
Tanta pressa de viver
          ( como se o mundo fosse acabar amanhã)
Tanto medo do futuro
Tanta saudade do passado
Tantas dúvidas, oh! quantas perguntas
Pra ninguém responder...

Tanto amor
Tanta mágoa
Tanta alegria
Tanta tristeza
Como se tivesse a dose máxima do elixir da vida
injetada na veia, correndo a 100 km/h ...

Com um vulcão queimando em brasa no coração
Adrenalina!!!

TANTO                ...                                            TANTO


PRA QUE TANTO??
                                                  PORQUE TANTO??

                                                                                             PRA QUEM TANTO??!!!


TANTO                                                                           TANTO

      TANTO                                                          TANTO

                  TANTO                                TANTO

terça-feira, 17 de maio de 2011

Branco

Lembro ainda daquela sala
de como meus olhos viam coisas fixas e tortuosas nas paredes brancas.
Como cheguei, pouco sei. Mãos emboladas, corpo duro e retorcido em formas quase impossíveis.
A consciência estava meramente naquela lágrima que escorria da face alagando a camisola branca.
Não conseguia sair.
Errado. Não queria mesmo sair.
E ele ali. Senti mesmo sem ver. Sentia sempre a presença. Quem não estava ali era eu e cedo ou tarde ele descobriria e seguiria em frente.
Sala ou quarto. Cadeira ou cama. Ali era lugar nenhum. Algum lugar em mim. Nenhum lugar de mim que eu quisesse realmente estar.
Por isso o branco. Agora entendia as roupas, o chão, o teto, as cobertas.
Durante maior parte do dia as coisas simplesmente passavam diante dos olhos naquelas paredes.
Alguns momentos, de súbito as mãos, o corpo, a dor, a lágrima. O grito rasgava a garganta. E não via ninguem, e via muitos. E agulha para voltar às paredes.
Quando saía do quarto branco, sempre eles. A me olhar com olhares de sabedores de mim.
Mesmo eu não o era. E como quisera ser por tanto tempo. Mas não sabia nem de mim nem de ninguem e pior, nem do mundo.
Agora lá, só olhares no lugar estranho de mim que não era mundo. Que não era nada.
E nem queria que fosse.
Também lá fora não.
Queria outro. Outro lugar no qual eu não conseguia ir sozinha, mas tinha pressa em ir.
Talvez ele tenha culpa.
Tinha sim o poder de me mandar para lá, mas não quis. Sozinha não. Não conseguia nem podia.
Lembro vago do jardim. Sempre fechei os olhos quando estava lá.
O cheiro das flores era torturante. Minha cabeça doía, doía, e o corpo começava tudo.
De volta ao branco. Ao furo na pele.
Acordei.
Ele.
Porque insistia? Eu não queria mais estar em lugar nenhum. Como ele podia saber se eu estava ali ou não.
Eu ficava invisível com força. Mas o olhar dele estava em mim.
Outrora, me afagaria como fez nas primeiras vezes naquele lugar e me pediria para ficar perto, para voltar, para não ir embora.
Eu voltava. Sempre.
Como foi duro vê-lo sendo arrancado de mim naquelas horas em que eu não conseguia sair sozinha.
Trêmula, saliva escorrendo, olhar fixo. Ainda sim eu sabia que no canto alguém o segurava para que ele não corresse até meu estranho corpo apertando contra o peito.
"ela não compreende" diziam.
Só me olhava desde então.
Também acariciava meu cabelo.
Talvez falasse. Nem sei.
Talvez não ouvi.
Virei as costas deitada na cama por muitas vezes.
Deixava uma flor do meu lado e saía.
Louco. Insitir no inútil é loucura.
A flor murchava no mesmo lugar em que havia a colocado. Sem toque algum. Depois sumia quando os panos estavam limpos.
Um dia, o pior de todos. Um amontoado de coisinhas enlaçado com uma fita.
Já estava por dias. Eu olhava apenas de longe.
Jardim de olhos fechados, pessoas sabedoras, de volta e ainda estava lá. Arrisquei tocar. Cartas velhas que não ousei ler, caiu do embrulho uma fotografia. Algo parecido comigo, mas rindo. E ele. Uma flor em meu cabelo. Felicidade.
Angustia tomando conta parte por vez e alastrando pelo corpo. Sentir as dores do corpo contra parede com força fazia amenizar. Gritos também.
E logo eu não estava só.
E dormia contra a vontade.
Acordava, ele e a flor. Olhar fixo em mim.
Sentia-me paralisada como que anestesiada. Nem um sussurro. Nem uma menção.
Mas algo em mim talvez quisesse não estar mais ali.
E voltar como mágica para dentro da fotografia.


Fernanda Paz...

Ao Relento

Triste ser das profundezas
Que a luz quer alcançar
Zombam de mim as estrelas
Que ficam no céu a brilhar


Sai pelas ruas sozinho
Como um louco a divagar
Pelo espaço a delirar
Tonto a te procurar


Vem a névoa
Vem o frio
Somem as estrelas
E fico eu, perdido...

domingo, 15 de maio de 2011

Para IPT

Descobri minha falha com o seu problema,
Você as vezes pensa que está sozinha no mundo,
Quem não, mas com você é recorrente.
Você tem um remorso interno,
Um sentimento eterno de falta,
Era você quem atravessava seu irmão na rua
Enquanto atravessava a fase de perguntas á Lua,
Perguntas sinceras, resposta nenhuma.
De quando em vez o pai liga pra dizer que está vivo,
Eu não ligo, eu não sinto. Sintu multo pai.
A mãe que entra e sai não me vê, não me chama,
Quando estou feliz ela liga pra dizer que está preocupada,
Nem sabe que quando eu sair vai ser pra não voltar,
Que quando eu sofrer será por Amar e não por ter culpa,
Pois tudo o que quero é uma razão
Para Ser como sou e não Ser em vão.

Valciãn Calixto

sábado, 14 de maio de 2011

INOCÊNCIA DE AMAR

Eh esse teu jeito inocente
Que me faz delirar
Quando me olha nos olhos
E me chama pra amar

Tão puro e singelo
De olhar tão profundo
Amor meigo e inocente
Que me faz saltar do mundo...

Britto

Continuo vagabundo

Acabei de acordar
As escolhas feitas ontem foram as mesmas
Sem tempo pra nada, vegetei no leito.
Sem escolha de nada, continuei do mesmo jeito.
A rotina dura se repetia,
Como o girar da roda gigante que vez em quando eu via.

Neste momento estou na frente da tv
Querendo enteder as cortinas vermelhas,
Na parede preto e verde
E no fundo nenhum som, só a surdina.
Que quando o ouvido escuta e o olho vê,
Estremece a alma, martelo e a retina.

Agora estou na fila do banco
Esperando o tal do atendiemento:
Que promentem ser mais rapido que piscar.
Mas é não camarada, eu lamento.
O dinheiro rege a vida, rege tudo, rege o mundo
E eu na perifeira, continuo vagabundo!

Acabo de chegar do centro comercial
Que os grande empresarios chamam de coração da cidade
Que a população desfruta com olhos de fome
E ninguem percebe o tamanho da desigualdade:
No mesmo centro que orferece a fartura
Exclui do privilegio seu nome.

Agora estou deitando na minha cama
Descansando a cabeça no traveseiro
Esperando o sol surgir e tudo começar de novo
Anotando o que vou fazer primeiro
Mas na lista não tem espaço pra transformação
Se tento colocar, perco dinheiro

E o dinheiro rege a vida, rege tudo, rege o mundo!
É isso que os grandes empresrios dissem.
E ninguem percebe o tamanho da desigualdade.
Mas na periferia, continuo vagabundo!
Esperando o sol surgir e tudo começar de novo.
Como a roda gigante que gira a vida, gira tudo, gira o mundo!



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Meu cinema

Meu cinema

Queria que minha vida
Fosse meio assim
Um filme de Rock´n Roll

Sexo, drogas e Rock´n Roll
Sexo, drogas e Rock´n Roll

Mas tenho que acordar cedo
Tenho que trabalhar
Conta pra pagar
Ônibus lotado
Chefe enchendo o saco
Medo de ser assaltado
O dinheiro não dá pra nada
Vida cão
Vida cão
Vida cão
Vida cão

"Todo bom filho a casa retorna..." (Adeus, Romeu)

Me chamem de bem-educado por voltar àquilo que jamais fora meu.
Me chamem de indolente por jamais retonar àquilo que um dia foi eu.

Penso se a mãe da casa morreu...
Ou se o filho poeta caiu aos braços de morfeu.

Importaria se todas cartas que ao lar escreveu?
Será que um dia, sequer, leu?
Não importaria, pois a magia do coração adormeceu.

quarta-feira, 11 de maio de 2011


Se eu morresse hoje
Que lição teria aprendido comigo-
Que o orgulho é seu,
Mas a honra é sempre do inimigo?

Se tivéssemos feito planos juntos
Será que você daria prosseguimento
Ou faria outra vez
Com outra pessoa em novo momento?

Sei que não se preocupa como eu
Com o que pode ser
Você sempre manda eu calar a boca
E me chama pra viver...
Que é o que importa.

Quando eu não puder mais atender,
Quando eu não puder mais retornar,
Quando eu não puder mais abrir
Estarei contigo no lugar que deixar.

Enquanto ainda puder só sentir,
Enquanto ainda puder só recordar,
Enquanto você lembrar de mim
Estarei contigo no lugar que deixar.

terça-feira, 10 de maio de 2011

O Baile Fúnebre

E começa uma valsa
Suave a tocar
Teu rosto risonho
Estou a admirar

No baile da vida
Estais a bailar
Qual estrela perfeita
No céu a brilhar

Mas de repente
Ouve-se um gemido no ar:
O som estridente
Do Tango a tocar

Uma taça de tinto
E um vestido escarlate
O batom cor de sangue...
Meu peito por ti arde

Da valsa inocente
Ao Tango Fatal
O baile continua
Num som colossal

Um brinde a vida!
Um brinde a Morte!
Venha a última dança:
O Tango da Morte!

Britto

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Poeminha (Pó em mim ,ah!)

A chuva limpa cai.

Cai limpa
E limpa tudo

Limpa o mundo e limpa o fundo
Leva a sujeira pra dentro do chão
Como menina traquina que esconde a poeira debaixo do tapete
Pra acabar logo e ir brincar 
Dizendo 'mamãe ,já terminei minha missão' !

Uuuuaaaghhhh!




Um poeta angustiado
É como ânsia de vômito
Sente-se um enjôo terrível
Mas não põe nada pra fora

E quando finalmente sai, vai rasgando tudo
Deixa um gosto amargo na boca e a garganta ardendo.
                                                                                

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Você tem medo,
Não é só isso,
Tem desejo
E se reprime.
Não é de hoje
Que te observo,
Você sabe do seu crime.

E tanto faz,
Faz bom tempo
Depois que um tempo bom
Chegou pra mim
E posso dizer,
Tenho é certeza
"Deus não é tão mal assim",
O amor as vezes dói sim,
Mas é só uns tiquin,
Depois passa rapidão.

Cigarro (Mundo gira)

Cigarro mata garoto
Meu pai me dizia
E eu fumava outro
Com aquele whisky
Falsificado
E no fim da noite
Começo do dia

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

O mundo e mais real
Mais surreal
E coisas ficar mais fácil
De se entender...

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

Translação ou rotação
Como tudo é fácil
De se escolher
Fecho os olhos e escolho...

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

No fim da noite começo do dia
No fim da noite começo do dia
No fim da noite começo do dia

Mundo gira...
Mundo gira...
Mundo gira...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O que há de concreto

Foi o dia que passou:
Preenchido, corrido, cheio de nada.
É a hora que passa:
Olho para o teto, suspiro... Mais uma hora despediçada.
Séra a folha escrita:
Branca, humilde e calada.
Mas me responda só uma coisa,
Quando você pensa em sumir
A morte é o caminho mais certo
Ou você tem para onde ir?

E você desaparecendo
O que é que vai mudar?
A dúvida some,
Mas o erro vai ficar.

Quem sabe sua ausência ajude a entender
Porque dentro de casa não conseguia mais viver.

Você se queixa dos amigos
Ou da falta que eles lhe fazem,
Passa a tarde inteira comigo.

Sei que não queria estar me dizendo
Tudo o que já me confessou,
Mas tem horas que o povo enche o saco,
Quando vai ver já desabafou.

Por que não se discute uma tema como suicídio?
Conheci vários casos nas rodinhas de amigos.
Por que não se debate temas como suicídio?
Preferem contar mortos em antigos genocídios.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Alvorada

Na Alvorada do meu coração
Você me deixou confuso
Sozinho com a Solidão

Na Alvorada do meu Coração
Meu mundo despencou
Com a frieza da Aflição

Na Alvorada do Meu Coração
Não tenho mais mundo
Estou em Abstenção

Na Alvorada do Meu Coração
Está tudo Vazio
É tudo Emoção...


[Britto]

Basta você existir

No silêncio da noite
Eu fico a te imaginar
Como será você?
Onde você está?

Sei que você é perfeito
Sei que você é real
Sei que você é mais belo
Que o nascer do sol matinal

Venha para mim
Meu sonho ideal
Não me deixe a esperar
Na minha busca surreal

E quando você vier
Não vou deixá-lo partir
Irei encher-lhe de amor
...Basta você existir...

[Britto]

domingo, 1 de maio de 2011

Póstuma ausência

Falta aquele sorriso do retrato
que prometi que você teria
este, que meus lábios, e um pouco de ousadia
beijariam num gesto sem recato;

Faltam, inda, seus dedos inexatos
rascunhando com certa teimosia
em minha pele, indecência e fantasia
e sua língua fazendo artesanato;

Também faltam talher, e copo, e prato
mas pra que disso eu precisaria
se já tenho as mãos, olhar, olfato?

Sobra ar, mas confesso que eu queria
que o ar me faltasse todo dia
se tua boca tomasse-me de assalto...

[Gil Costa]