domingo, 29 de julho de 2012

Brasil

Estou tranqüilo quanto a minha indecisão Talvez eu não vá a sua bendita eleição. A canção do país está caindo dos pedaços O concreto amolecendo, mãe, e você em meus passos. A Pátria-Mãe gosta do meu caminhado Diz que filho seu já é a faisca de um homem feito Já fez barba na ponta do pé. Recém formado em Direito.

(Nícolas Marcoss)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Deu nos Nervos






Até tem na face a revolta
Assim como a bandeira envolta
Com as cinzas da derrota...
A elite então persiste no debate
E quando a luta repercute
Eles a entregam para abate
Silêncio!
Já deu nos nervos!
Recesso!
Aguçam olhares turvos
Pretenso!
Não sou teu público alvo
Não me encarcere em teu ideal...
Prezam pelo que é eficiente
Ser a ausência expressiva
E a presença inexistente
Mal desvencilharam do cabresto
Pois quem nos protestos
Se contenta com os restos?
Silêncio!
Já deu nos nervos!
Fracasso
Dele fazem cultivo!
Descalços!
Perecem os servos
Não me encarcere em teu ideal!

Pedra, Terra, Vida.

Estou de partida para meu jejum
Onde o sol esteja saindo ou até caindo.
A partir do horizonte de lugar nenhum.

Para outra estrada barrenta, para uma infinda trilha
Trafegando seco no clarão do meio-dia.

Com a distancia no meu encalço
Na companhia do vento, na sombra da carroceria
Atravessando ileso a fronteira de um novo dia.

Aceito uma noite, por pura inocência
Me entrego à vida, me faço Homem.
Após algumas, ela já não tem mais nome

Desde a partida o sonho noite e dia
A chuva nunca veio, os tempos ainda infertéis
A comida dura na bacia.


(Nicolas Marcos)



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Plágio














Escorre da luz que me cerca
Feito inevitável arrastar-se do tempo,
Todas as coisas que brilham infinitas vezes
No vão, oco, que me enfeita por dentro.
Agulhas frias penteando o ego.
Encaixando cada fio dos longos medos.
Em cada passo feliz,
Enxergo as sombras desenhadas no espelho.
A imitação impune
Do crime imundo que carrego no peito.
A cópia desonesta das farsas alheias
Emolduradas nas verdades que invento.

                               (Halifas Quaresma)