domingo, 30 de dezembro de 2012

Protetora



Não foram dias fáceis
Mas não direi que foi ruim
A culpa hoje é um fóssil
Encravado em mim
Fiz o meu melhor e ainda assim...
E foi recebendo o golpe da tua punição
Pude sentir o resvalo de uma boa vibração...
Te fazendo feliz
Desafiei a solidão
Você não age como diz
Só reverbera indecisão
Fiz o meu melhor e ainda assim...
Não sei bem o que fazer agora
Sem amor próprio
Nem uma musa inspiradora..
Mas desvendei na decepção
A minha protetora salvação!
Ficou a lição...
Ficaram farpas
Dolorosas marcas
Novos pesadelos
Lesados devaneios
Parcas esperanças
Em velhas desavenças...
Fiz o meu melhor e ainda assim...
Se sou arma em tua mão
Não seja a minha munição...
Se aprecia julgar por intuição
Deleite-se com a minha doce dedução...
Decepção...
Fiz o meu melhor e ainda assim...
És tão inocente
Pega em flagrante!
Foi tão presente
O meu melhor instante!
Fui o verso
Do teu inverso!
Por onde passo
É desfazendo laços...
Fiz o eu melhor e ainda assim...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Pílulas


Riso consentido
Auto aceitação
Amor fabricado
Uma outra dimensão
Palavras dispersas
Pura imaginação
É o soprar da brisa
No olho do furacão!
Desvie minha atenção
Prescreva a solução!
Passe o alívio
Amigo imaginário
Seu aspecto sadio
Sai do receituário
Sintética salvação!
Sem contra indicação!
Leve retardo
Corpo inanimado
Parece apagado
Mesmo acordado!
Prazer assistido
Boa vibração
Mantra embalado
Gostosa alucinação
É teu entusiamo
A melhor solução
É o que te faz calmo
No apartar da confusão...

domingo, 23 de dezembro de 2012

Rei do Ringue


Liguem os holofotes
Vou passar
Eu sou o golpe de sorte
Não vou fracassar
A alma inflama
Nos punhos em chama
A vitória certa
Então emana
Estou tão seguro de mim
Eu nunca agi assim
Durão demais para cair
Sigo decidido a persistir
Estou por cima!
Sou o rei do ringue
Quando o gongo soou
O jogo mudou
E meu rival se agigantou
Sobre a sombra do seu vigor
Morri nos momentos de terror
Até me mantive em pé
Mas perdi a fé
Senti o sangue e o dissabor
E nos espasmos de dor
Espancou meu status quo!
É o trauma
Do rei do ringue!
Estou contra as cordas
Quase em coma
Como o rei de roma
Passou tamanha vergonha
E beijou a lona?
Nem no meu pior pesadelo
Me imaginei fazendo apelo
Ele parece prever o que vou fazer
Antes que eu possa correr!
Volte pra casa!
Não quebre meus ossos
Onde estão seus modos?
És fruto do meu medo
Minha mente já perdeu mais cedo!
Fim em si mesmo
Adeus rei do ringue...

Sobreviver


Porque está possessa?
Viver é folia desvairada
O que te leva ao sucesso
Pode não significar nada
Você diz ter noção
Parece conhecer atalhos
Mas troca os pés pelas mãos
Como um bom trocadilho
Se tem tão pouco a oferecer
O que lhe sobra para perder?
Não fique aí a remoer
Se não fez por onde merecer...
Vá sobreviver
E deixar sua marca...
Não volte se vai dizer
A si mesma que é fraca!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

As vezes


As vezes mal existo mesmo quando vou
As vezes sou presente até onde não estou
As vezes a vida até vale a pena
As vezes eu só quero morrer e sair de cena...
As vezes insisto
As vezes reluto
As vezes encanto
As vezes assusto!
As vezes sou a formiga mais forte
As vezes sou um gigante sem porte
As vezes sou carinho que fratura
As vezes creio que a dor cura...
As vezes bem quisto
As vezes a contragosto
As vezes sensato
As vezes em surto!
As vezes penso ter achado meu lar
As vezes não pertenço a este lugar
As vezes me perco na solução
As vezes me encontro na contradição
As vezes preciso
As vezes confuso
As vezes conciso
As vezes recluso!
As vezes eu venço sem comemorar
As vezes na derrota sei celebrar
As vezes eu obtenho a razão
As vezes ter a certeza é precipitação
As vezes repudio
As vezes auxilio
As vezes refugio
As vezes exílio!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Eu Odeio Estar Certo


Eu odeio estar certo
Não queria chegar nem perto
É difícil seguir em frente
Sem parecer impaciente
Me mantenha altivo
Que lhe darei alívio
Eu odeio não ser forte
Para revidar contra minha sorte
Sou o egoísta que pede apoio
Sem prometer suporte
Seja como for...
Não me deixa com esta dor
Eu odeio estar certo
E repelir o que me é caro
Indisposto e farto
Sou distúrbio raro
Reluto por esporte
Espero que não se importe
Eu odeio ficar quieto
Para evitar outro conflito
Ter de aceitar o fato
Quase como um delito
Não deixa como está
Aceita quando eu falhar

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Pensei em te escrever uma poesia de amor

Aí uma voz seca soa na mente.
Não libera uma simples calma.
Nunca vai, recomeça somente;
Se condenar, ninguém se salva.

Uma face brilha como o sol solitário
Que assiste à nossa demência
E queima sem calor solidário.
Até um riso pesa como uma penitência.

São tantas tardes débeis. É dia,
Já sonho com sua esfinge nua,
E dança como louca, dança como vadia.
Não sabemos de nada, vamos para a rua.

Não rimo mais porque não sei.
As brancas folhas de meu caderno
Pretas ficam com tanta besteira.
Olha, ainda sobrou uma rima: Inferno!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vida Imperfeita




Meu começo errado trará futuro errante?
Não sei, sinto falta de tudo
Como undívago solitário berrante
Tenho fúnebre convicção da minha vida no mundo


Para sonhar, sofrer, não realizar e chorar
Afogo-me nesta triste conclusão
A depressão não demora a chegar
De morrer tenho bizarra convulsão


A fé no futuro me faz parar
O passado é a cara da derrota passada
Caminhos tortuosos só existem


Levanto-me corajoso, sem chorar
Sinto no peito uma coisa apertada
E tento esquecer o dia de ontem



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sábado, 1 de dezembro de 2012

Sobrevivente


Com o passar do tempo acabei me tornando uma criatura
Indiferente a si, ciente de nada.
A noite, que me fora uma hora bela, nada mais me é que uma hora escura.
Tento ouvir e pouco ouço desta cabeça calada.

Minhas euforias não são mais eufóricas;
Minha angústia esvai-se menos angustiante.
E assim vão: pobres, aquelas emoções ricas
E seco de tanto não ser constante.

Sou criatura, sobrevivente.
Pobre corpo, em pouca alma familiar.
Assim vou: não caminho mas sigo em frente,
Penso em seguir, contudo sigo sem pensar.