segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Caso Perdido




Pode me atender?
Eu não vou demorar
É tudo ou nada
Não me faça implorar
Sou narcisista
E tolo dramalhão
Neurótico especialista
Em difamação!
Gosto de estar por um fio
Sou bêbado quando sóbrio
Fora de controle
Sou açoite que repele
Tenho convencido
Que sou caso perdido!
Eu me prego peças
E conspiro contra mim
Por melhor que pareça
Meu aspecto é ruim
É mesmo normal
Estar de corpo presente
Nesse enredo habitual
Sou piada indecente
Tenho o tom arredio
Fruto de meu humor dúbio
É bom que colabore
Ou cospe ou engole
Tão alienado
Um caso perdido!
Parece estar se enchendo?
Eu já estou explodindo!

Vítimas das Circunstâncias



Feliz por ser um peão nessa terra de ninguém?
Em que não importa o que se faz
Mas o que se tem...
Tudo tem seu prazo
Em contratos de desprezo
Minhas condolências
As vitimas das circunstâncias
Embalsamados em latência...
As melhores facetas são de sua autoria
Assume papeis de grande bilheteria
Gosto de ganância
Traição com eloquência
Minhas reminiscências
As vítimas das circunstâncias
Enterradas em dormência...
Bem por estar de volta ao ponto de partida
Contente com mais uma agridoce recaída?
Raivosa renuncia
Silenciosa denuncia
Minha irreverência
As vitimas das circunstâncias
Tapeadas com recorrência!

TEMPO EM CÍRCULO



Tempo
Quente
Tempo
Frio
Tempo
Cheio
Tempo
Vazio
Tempo
Doente
Tempo
Sadio
Tempo
Com gente
Tempo
Sozinho
Tempo
Indolente
Tempo
Ativo
Tempo
Cedo
Tempo
Tardio
Assim
Tenho
Vivido
O Tempo
Em círculo.


(Suzan Sioux)
25/12/2013


REENCONTRO



Dedicado à Marcell Diniz

De volta ao seu encontro
não me arrependo,
pois tenho sempre você
em meu pensamento.
Você é meu amado
e meu alento.
Com você sou feliz
em cada momento.
Com você quero estar
todo o tempo.
Com sua companhia e amor
eu me contento.
E tendo essa afeição,
esse sentimento,
viver sem você
seria um tormento.

Suzan Sioux 
30/11/2013






PERSISTÊNCIA

Não digas que o tempo está perdido,
Que não possui forças para continuar.
Ainda há muito que ser vivido
E muitas vitórias para conquistar.

Não vivemos em vão nesse planeta,
Enfrentamos obstáculos o tempo todo.
Para poder alcançar o que almeja
Devemos também pensar nos outros.

E o caminho é longo e cansativo,
É cheio de armadilhas e contratempos.
Mas os passos são firmes e decisivos,
Vale mais a persistência que o medo.


Suzan Sioux

29/12/2013

SOZINHA


Só porque sou séria
e introvertida,
não sou alegre,
nem divertida,
eu sou excluída?

Quando triste,
quero consolo.
Preciso de ajuda
e de apoio.
Onde estão os "amigos"
pro meu conforto?

Mas quando esses "amigos"
querem um favor
quando precisam,
lá vem "eles"
em busca de ajuda,
querendo um auxílio.

Não me assusta,
não me admira.
Sempre foi assim
em toda minha vida.

E como Florbela Espanca
eu confirmaria:
que não sou só
porque gostaria,
mas porque aprendi
a ser sozinha.

Suzan Sioux 
04/12/13













TEMPO

Meu tempo,
agitado tempo.
Falta tempo
com lentidão,
falta forças
e motivação.
Vivo o tempo
sem emoção,
num tormento
de exaustão.
E gira o tempo
na mesma direção.
E vira o tempo,
estagnação.

Suzan Sioux

(27/11/2013)



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Maravilha de Vida

As pessoas me olham amarguradas
E eu as olho sem controle
As pessoas me dizem revoltadas
E eu as vejo em dois sabores

Os momentos que só passam
Deixam rastros sem passado.
E as coisas que vivem no mundo
Estão soltas em cima do muro.

A rua está mais larga
E o silencio penetra o vento
Os momentos só passam 
Deixando rastros sem passado.

Nícolas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Entre! Saudade

Uma cidade exuberante, linda
entre a capital e a grande Parnaíba
entre o Ceará e o Maranhão
entre o caldeirão e as serras
entre...
Pode entrar,
este lugar, Minha terra
donde
todos os sorrisos
vieram morar
também fiz morada
eternizada pela saudade.

Sejam Bem Vindos a Mim

Vivia querendo alguém no Piauí para eu me espelhar,
Mas conhecidos nacionalmente só temos Stefhany e Frank Aguiar.
Tem o Assis Brasil que é bom, mas não é tão popular.
Há também Torquato Neto, mas esse é tão manjado, batido, desgastado,
Que eu nem prefiro comentar.
Então eu vou ser eu mesmo, foda-se essa porra toda,
E vamos ver no que vai dar.

Inusitado

Foi como eles conversaram

Namora comigo? Não.
Não? Como asSIM não?
Não, não e não.
Namora comigo, então!
Tudo bem, vou pensar. Amanhã dou a resposta!

E amanhã a resposta foi a menor, melhor e mais forte...

Sim!

{Carol Sousa}

Verbo

















Minha garganta arranha-se em verbos
Destilando todas as utopias que a alma cria.
Os gritos perdem-se em gramática,
As palavras sussurram meio tímidas as vontades.
Parece que conjugo sentimentos de vapor.
Algo que não toco, mas que paira entre os dedos.
Desloco-me centímetros no tempo
Só pra sentir se é algo que dura.
Pelo menos, tempo suficiente até cortar-me em ecos.
As minhas veias se entopem de migalhas...
Um pão que foi sendo espalhado para desenhar o caminho.
Cada migalha como um verso bem escrito.
Cada verso com um terço de meu suor.
Cada gota,
Com o gosto amargo de uma vida.

(Halifas Quaresma)

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Mudanças'

Sabe o que me cansa? É olhar sempre com os mesmos olhos a vida e as pessoas. Isso me cansa da mesma forma que me cansa se eu ver as mesmas imagens o tempo inteiro.
Que mude a ordem, a posição, o alinhamento, a cor, o produto.
 
Cansa-me usar o mesmo perfume, ter os mesmos pensamentos e costumes, o mesmo falar, caminhar e agir; da mesma forma que me cansa as paredes sem cor.
Que mude a forma, o som, o padrão e o odor.

Sabe o que me cansa? É tomar sempre o mesmo caminho, o mesmo susto, o mesmo suco. Isso me cansa da mesma forma que me cansa se eu tomar por ordem as mesmas regras o tempo inteiro.

Que mude a vertente, a lei, a linhagem e o sabor.
Que mude o filme, o personagem, o ator.
Que mude a cadeira e o sentar.
Que mude o agir e o falar.
Que mude o mundo que muda eu!

Por: Haia Saer'.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Porta Da Rua

 
Se engasga no orgulho
Pra no fim rastejar por piedade
Sustenta o absurdo
Por  uma sobrevida sem dignidade
A saída é pelos fundos
E antes limpe esses pés imundos
A porta da rua é serventia
Saia sem fazer gritaria
Drama só trás antipatia
Leve daqui suas teorias
E não ouse mais voltar...
Foi ignorando avisos
Por instinto ou ansiedade
Caiu no primeiro abalo
Pela crença em beijos sem verdade
Agora a passagem é só de ida
É tempo de recaída
A porta da rua é serventia
É um truque sem magia
Terá a sombra como guia
Guarde o que confidencia
E procure outro lugar...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Em Minha Vida




Sei que você ainda guarda carinho
Por pessoas com quem desfrutou o mesmo caminho...
Alguns marcam, outros perecem
Alguns tem mesmo quando não merecem
Todo mundo busca o seu momento
Alguns mais desesperados, outros desatentos...
Vou registrar o meu intento...
Em minha vida
Eu procuro você
O que sei sobre essas memórias?
Que mesmo cravejadas em afetos
No fim serão só Histórias
Passagens deixadas aos netos
O amor que nos põe a prova
É uma proposta que se renova
E isso não é da boca pra fora
Em minha vida
Eu só penso em você
Entre o que se vai e o que permanece
Te dou a esperança redobrada do novo
É você que no fim resplandece...
Em minha vida
Eu preciso de você

domingo, 6 de outubro de 2013

Canção de amor e tristeza



Quer mas não sai do lugar
Disfarça e procura a quem culpar
Versado na arte de se sabotar
Amarga perder no ato de ganhar...
Ficar na página a virar
Sair pra não poder voltar
Acertar e fracassar
Na memória incomodar
Pra no fim sumir nas cinzas a apagar...
Até diz que não vai se equivocar
Mas em teus planos vai se sufocar
O medo irá te salvaguardar
E nas sombras vai se aninhar
Do castigo vai desdenhar
E de si mesmo vai zombar
Animar e se frustrar
louvar e lastimar
Pra no fim ter mais um fardo pra arrastar...

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Póstumas Lembranças do Bonde das Três.


Perdi o bonde. Vi a bola passar, o menino correr, e o sol deslumbrar a banda a tocar.
Perdi o bonde. Vi a menina crescer, sua beleza obstinar, e o coração entristecer.
Perdi o bonde. Vi a construção da casa, um jardim sem rosas, e um anjo sem asa.
Perdi o bonde. Vi a criança nascer, a chuva cair, a certeza expandir, e a fé entoar.
Perdi o bonde. Perdi o chá, a visita das três e o ensejo do lar.

Perdi o bonde. Vi o campeão gritar, a vida aplaudir e o perdedor chorar.
Perdi o bonde. Vi as ondas do mar, a barraca se abrir, os castelos na areia e um pequeno a rir.
Perdi o bonde. Vi a briga no quintal, a roupa no varal, e a poeira do beiral.
Perdi o bonde. Vi a cesta de doces e o café quente, vi bichos, vi poetas, lutas e gente.
Perdi o bonde. Perdi o ar, perdi o medo e o cartear.

Perdi o bonde. Vi a hora passar, o banco abrir, e o dinheiro comprar.
Perdi o bonde. Vi o prédio mais alto, a tristeza intermitente, um pulo, um salto.
Perdi o bonde. Vi o remédio curar, uma estrela brilhar, e uma carta chegar.
Perdi o bonde. Vi a mesa já pronta, vi a luz a apagar, vi a vela acender a hora do jantar.
Perdi o bonde. Perdi o tempo, perdi o relógio e a noite a chegar.
Perdi o bonde. Não pude esperar. Vi a vida passar, às três da tarde num dia qualquer, às três da tarde no bonde milenar.

Haia Saer’.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Coração sob efeito

Meu coração gigante não cabe mais em mim
Quer fugir, se esconder assim. Em ti.
Acostumado com minha solitária pequenez,
sonha em partir.


Quer guardar um pedaço dele com você?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Li

-->

Li Teresina
Li esta cidade minuciosamente
A leio desde que nasci
Cidade-pessoa
Somos do que somos feitos
Não precisei ler três vezes
Pra responder a questão
Li Teresina
Li terra quente
Que racha o chão
Li povo quente
De bom coração
Cidade imperfeita
Cidade-pessoa
Tudo bem
Porque não sou lá essas coisas
Não sou tão bom assim
Mas leio muito bem
Li Teresina quando era
Cidade-menina
Eu era menino
Voando sobre ti
Em carrinhos de rolimã
Li Teresina
Li num-se-pode na Praça Saraiva
Depois que cresci
Fomos pra lá namorar
Eras menina e foi nesse tempo
Que eu mais te amei
O inverno começa mais tarde
Águas de Janeiro
Viraram águas de março
Prendi a respiração
E pulei no Poty
Da ponte da primavera
O medo me tripulou
Mas pulamos
Li Teresina
Ainda menina
Brincando à noite na rua
Chuta latinha ou passe o anel
Tempo de inocência
Li Teresina
Nas mesas de quadrinhos
Na praça Pedro II
Cidade de um cinema só
Uma rodoviária só
Um aeroporto só
Um mercado velho só
Um museu só
Um povo só
E um povo só
Éramos tristes estatísticas
Nos livros de geografia
Mas éramos muito felizes
Não há tempo
Não há tempo
Não há tempo
Pra falar tudo que li
O mundo pós moderno
Urge e ruge
E te transforma
Malditas urbanidades
Cicatrizes na cara da cidade verde
Não vou falar disso agora
Não do que leio
O olho que nunca dorme
Está olhando nossa cidade
Céu cor de chumbo
Maquiagem pesada
Nada de presente
Nada de futuro
Vejo o futuro
Minha a mão enrugada
Segurando a tua
Li Teresina
Quis falar do que li
Do que vi
E vivi
Tempo de manga e caju
Que não volta mais




poema exclusivo para o blog literesina

visite o blog: http://poesiatuttifrutti.blogspot.com.br/

quinta-feira, 23 de maio de 2013

E daí?


É muito além de uma mera criação. 
É uma condição milenar a opressão feminina!!! 
E daí que eu adoro jeans e havaianas? 
E daí que não curto maquiagens e esmaltes? 
E daí que não sou florzinha, bonequinha e coisa e tal? 
E daí?

Não sou menos mulher porque teimo em não querer aceitar essas imposições midiáticas. 
Mas a gente se livra...
Ah, se livra!!

Por Carol Sousa Moreno

terça-feira, 30 de abril de 2013

Chave de Casa

Uma chave que te abra por inteiro
Uma chave que só eu saiba o segredo
Uma chave por seu pensamento de agora

Uma chave para me libertar
Uma chave que abre portilhas
Uma chave para te libertar

Uma única chave abre a porta da frente
Entre!

Por Carol Sousa Moreno

quarta-feira, 20 de março de 2013

Das boates e bares da zona leste de Teresina

Madrugada na zona leste

Fim de festa

Vou pra casa a pé

As vitrines me ofuscam

Mas as ruas me levam

Leve

Calçadas onde flutuo

Nem um corpo

Pra me acolher

Nem uma boca

Pra me receber

E um velho refrão que diz

Nós somos tão jovens

S   i   n   a   p   s   e   s embriagadas

Faltam perspectivas

Para o presente

E ações contundentes

Para o futuro

E é nessas horas

Que eu clamo pela poesia


Ah! Poesia

Tão linda

És tão linda

Tão perfeita

Neste mundo poético

E a tanto tempo

Queria te falar

Não sei o quê

Não sei o porquê

Nem sei quem és

E não sei se existes 
Nunca te vi

Só te senti 
Nunca te desejei

Mas te imaginei 
Fica comigo

Como um amigo

Neste instante

Importante

Delirante

Único

E

Solitário

sábado, 2 de março de 2013

Ótima Serventia!


Pra comer, se mover, amenizar o calor...
Explicar amores mal resolvidos.
Às vezes também para contemplar a noite.

Mas, quer saber de verdade o segredinho?
A poesia serve como chinela. Sapato de salto alto,
resistência para o Existir mecânico.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Eu Não Vou Correr mais






Cantei sobre o homem
De olhar atravessado
E me vi refletido
Em seu lamento embaçado
O acorde é triste
A frieza incide
Na dor resiste
Mas sem revide...
Desprezei os avisos
E por puro egoísmo
Deixei amigos ávidos
E pernoitei no abismo
Desistir dos ideais
É Morrer em mil funerais!
Seria fácil demais...
Eu não vou correr mais!
Vou procurar no mais simples gesto
O vento mais favorável
Sair do cômodo protesto
Ser  infalível sobre o implacável
Eu não vou correr mais!
Voltei as origens
Em passos erradios
Sofri com miragens
E pecados movediços
Mas é passado
Jaz abatido
Mal transpassado
Mantra repelido
Tenho meu ás
Eu não vou correr mais

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Clandestina


Quase certa de que porto um objeto ilegal.
Me escondo nas páginas e histórias
que eu mesma queria ser autora.
Mergulho no enxuto da imaginação desses contos:
uma estranha no litoral.
Enquanto observo os mergulhantes no mar.

Observo.
Reservo.
Serva das palavras.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Alguns prazeres e dores não devem ser compartilhados




Final dos anos 80
Teresina, Praça Rio Branco, entre as bancas de revista
Sinto o gosto dos velhos quadrinhos
E o cheiro de blues no walkman
Já aparento ser maior de idade
Então, desço pela Payssandú
Rumo a velhos cabarés
Procurando velhas novidades
Teclado e guitarra em Right
Bateria e baixo em left
E a voz de Jim Morrison em todo lugar
Soul Kitchen em som stereo
A beleza com um berro histérico
Um pensamento pousa na minha mente
As putas e os poetas são muito parecidos
Entre um cliente e outro
Um intervalo de realidade
Entre um poema e outro
Um intervalo de realidade
E no cabaré
Vejo putas bonitas e tristes
Deixando homens feios bem alegres
As putas e os poetas são muito parecidos
Porque se prostituir sem se corromper
É uma arte
Enquanto me arrumo
Ela prepara uma velha receita
Spaghetti alla puttanesca
 Ei, mulher! Você pode dividir comigo?
Sinto muito, poeta
Essa é a minha realidade
Que não dá pra dividir
Aprenda essa dura lição
Não faça poemas sobre tudo
Alguns prazeres e dores não devem ser compartilhados